Catálogo de obsessões

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Queridas Senhoras,

ontem apanhei uma aberta (não no tempo-clima mas no tempo-tempo) e fui ao Lisbon & Estoril Film Festival. Já falei aqui de como estes festivais de cinema causam um terrível efeito de ansiedade (tantos filmes e eu não vejo nenhum?!). Calhou bem. A hora que tinha disponível dava para ver Map to the Stars de David Cronenberg, com Julliane Moore e Jonh Cusack, entre outros.

O filme prometia, a sala 4 do Monumental estava praticamente esgotada e eu estava completamente disponível para uma grande sessão. Só que….

Não vi o filme anterior de Cronenberg, Cosmopolis, mas tanto quanto me lembro também versava sobre a decadência, o tédio, a perversão no mundo dos ricos e famosos. Ou só ricos, não me recordo. Map to the Stars anda à volta do mesmo, é praticamente um catálogo de obsessões em torno das celebridades de Hollywood e de quem gravita em seu redor.

Desde os livros de Bret Easton Ellis (Menos que Zero, American Psycho, Glamorama...) que este género de enredos não me diz muito. Não consigo criar empatia, estabelecer qualquer ligação.

O filme não me aborreceu, manteve-me razoavelmente presa e interessada mas nunca envolvida. O melhor são alguns diálogos, a ironia de algumas situações e aqueles dois actores de que quem gosto muito (Moore e Cusack). Quanto ao catálogo de obsessões é fucked up de mais. É uma sobrecarga de pancadas, ficamos anestesiados, nada acaba por ter significado.

Ainda assim, há uma estrela adolescente, de apenas 13 anos, (e já com uma passagem por uma clínica de reabilitação no currículo) que protagoniza algumas das cenas mais hilariantes, com muitas piscadelas de olho, como é habitual nestes filmes sobre o cinema. Esta comicidade acaba por conferir alguma humanidade ao filme. Nomeadamente quando o rapaz começa a ser assombrado por visões de crianças mortas mas a coisa não funciona exactamente como n’ O Sexto Sentido.

De referir ainda Robert Pattinson, vilão de Cosmopolis, que aqui também anda de limousine mas faz de “bom”. O que aqui significa o único que não está completamente lixado daquela cabecinha.

 

Boa semana, beijinhos a todas!

Céu

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