O melhor livro que li estas férias (e nas outras)



Queridas Senhoras,

no regresso das férias (mais ou menos, que isto está para durar) e na dúvida sobre qual o primeiro post a escrever, nada mais fácil: respondo ao último post da Marta e digo o que andei a ler durante as férias.

Já devo ter dito isto aqui mas pronto: ADORO ler nas férias. Adoro estabelecer rotinas boas, mesmo durante as férias, e ter um livro bom, mas MESMO BOM, extenso, que dê luta, que me acompanhe por muitas horas de muitos dias, é um dos grandes prazeres das férias.

Este ano esse livro foi o Correcções de Jonathan Franzen. Que livrão! Alguém já leu? Não posso encaminhar para o nosso circuito de trocas porque foi emprestado…

Do mesmo autor já tinha lido (julgo que nas férias de há dois anos), Liberdade, do qual também gostei muito. Mas Correcções consegue ser melhor ou pelo menos assim o senti. A sensação foi mais avassaladora, pensei mais vezes “mas como é que este gajo…?”

Muito gostaria de vos conseguir explicar porque é que achei o livro tão bom mas, olhem, acabei de chegar de férias, estou meio enferrujada, não me apetece muito contextualizar. Sei que tanto Liberdade como Correcções foram amplamente premiados e louvados, candidatos ou titulares do chamado Great American Novel.

Antes de Correcções tinha acabado de ler Americanah da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, também muito premiado, considerado “o grande romance da Era Global” pelo New York Magazine, por exemplo. Gostei bastante. Mas depois li o Correcções.

É um portento narrativo. E parece que não vou conseguir dizer mais nada. Mas para não dizerem “ah e tal, afinal ela não disse nada sobre o livro”, deixo-vos uma passagem. Não é especialmente elucidativa mas foi uma das que me ficou e localizei-a facilmente.

“Ele recordava as noites que passara no piso de cima da sua casa com um ou ambos os filhos, ou com a filha, na curva do braço, sentindo-lhes as cabeças húmidas do banho acabado de tomar a pesar-lhe nas costelas (…). Tinham sido fins de tarde – e houvera centenas deles, talvez mesmo milhares – em que nada suficientemente traumático para deixar para deixar uma cicatriz acontecera à unidade nuclear. Entardeceres de simples aconchego e união na sua poltrona de cabedal preta; doces entardeceres de dúvida entre as noites de desolada certeza. Vieram-lhe à memória, esses esquecidos exemplos contraditórios, porque no fim, quando estamos a cair para a água, não há nenhuma coisa sólida a que nos possamos agarrar a não ser os nossos filhos.”

Li outros livros durante as férias mas para quê desviarmo-nos do assunto?

Beijinhos a todas,

Céu

Comentários

  1. Acabei de confirmar que existe na biblioteca, assim que for devolver a sacada de livros das férias trago este!

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