Roteiro algarvio sem gin

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Queridas Senhoras,

parece que a Paris Hilton actua hoje como Dj em Vilamoura. Li essa notícia em várias revistas, assim como muitas outras sobre festas nos bares e discotecas do Algarve.

Não quero parecer aqueles cronistas rezingões que se fartam de dizer mal do Algarve mas não sei nada sobre essas festas nem quero saber. Tempos houve em que tive alguma curiosidade sobre esses ambientes mas nunca frequentei. Passou a curiosidade e agora não mexeria um dedo para me deslocar a um desses eventos.

Em Lisboa acabo por me deixar influenciar pelas modas e pelos “novos conceitos”. Mas nas férias perco a paciência para isso tudo.

A sunset party perfeita destas férias foi um passeio à horta da avó da M., a apanhar figos, a partir amêndoas, a colher beldroegas para a sopa, a comer tomates à dentada.

O restaurante da moda foi o Rodrigues em frente ao Mercado de Sto. Amaro, com pratos do dia tão levezinhos como chispe de coentrada ou pernil assado. Armados em meninos da cidade, fomos sempre para a sardinha e para o carapau mas nem por isso deixámos de apreciar e viver todo o “conceito” da casa. Que inclui sempre uma ronda do chef Rodrigues pelas mesas a saber como vão os nossos apetites. Como ao domingo fecham, ainda recebemos da empregada a dica grátis de que em Monchique se passa muito bem o dia e há por lá restaurantes simpáticos e baratos. Fica para a próxima.

A esplanada mais cool não tem um bar de gin nem serve cocktails de autor. Mas tem lá um lugar, num banco corrido de madeira, meio à sombra meio ao sol, no areal da Meia Praia, a meia distância entre uma ponta e outra, que elegi como o meu preferido em todo o Algarve.

A festa anual foi a Feira de Bensafrim com amendoins, maçãs de Monchique, frango assado e febras no clube local.

Para desenjoar da praia não fomos ao Zoomarine nem ao Aquashow gastar uma pipa de massa. Descobrimos o Sítio das Fontes (na foto), em Estômbar, Lagoa, e tomámos banho de rio no Arade. A temperaturas bem mais favoráveis do que no Atlântico, diga-se.

A descoberta mais gulosa foi o Museu da Batata Doce no Rogil, Aljezur. Não vão ao engano, este museu engorda. Tem pastel, torta, tarte, folhado, folhadinho, biscoito e biscoitinho. Tudo confeccionado com a saborosa batata-doce da região.

Tivemos uma fraqueza: descemos à aldeia de Pedralva na esperança tola de que a moda tivesse abrandado e fosse possível jantar no Pizza Pazza sem reserva ou, pelo menos, levar as pizzas para casa. A movimentação na aldeia outrora deserta demoveu-nos. Mas há uma nostalgia boa em ter jantado ali várias vezes há mais de 10 anos. Somos cada vez mais antigos!

De Pedralva seguimos para Vila do Bispo onde fomos encontrar uma agitação invulgar para esta pacata vila. As lulas cheias da Tasca do Careca nem vê-las; e o Café Correia tinha um papel afixado: “lotação esgotada”. Mau. Estamos tão mal habituadinhos, à mesa posta e pronta do Rodrigues, que reagimos mal a estes imprevistos.

Fomos salvos pela foccacia com mozzarela e alho fresco de uma pizzaria que nos apareceu pela frente. Nesse dia o almoço tinha sido sardinhas pelo que o dia foi gastronomicamente perfeito.

Sardinhas ao almoço, pizza ao jantar. É todo o “gourmet” que queremos!

Beijinhos a todas,

Céu

Comentários

  1. Acho que vou imprimir e copiar na íntegra, da próxima vez que rumar aos Algarves. Que belo roteirinho, Senhora!

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