De volta a Marvila



Imagens: CM Lisboa

Queridas Senhoras,

há pouco mais de um mês escrevi aqui sobre a minha primeira visita à Fábrica Braço de Prata onde concluía dizendo “fiquei com muita vontade de voltar a Braço de Prata (e de descobrir o resto desta Lisboa desconhecida, das freguesias de Marvila e do Beato).”

Voltei ontem. Fiz a pé o trajecto entre a estação de Braço de Prata e o Eka Palace, em Xabregas. Eis os principais pontos notáveis de um percurso com menos de três quilómetros, ao longo da Rua do Açúcar (o topónimo deve-se à existência de uma antiga fábrica de açúcar nesta zona de ambientes industriais, conventos e velhos palácios), que depois passa a Rua do Beato e a seguir Rua do Grilo:

. Praça David Leandro da Silva é uma pequena praça com um jardim e quiosque ao centro, dominada pelo histórico Clube Oriental e pelo velho edifício dos Armazéns Abel Pereira da Fonseca. “Arquitectura de armazenamento oitocentista”, diz o site da CM Lisboa. (O ex- Presidente da Câmara António Costa elegeu esta praça como um dos segredos escondidos da cidade).

. Teatro Meridional a premiada companhia de Miguel Seabra e Natália Luiza ocupa o n.º 64 da Rua do Açúcar desde 2007. Já não há desculpa para não ir ao Meridional por ser longe. Não é.

. Convento do Beato (ou Convento de São Bento de Xabregas, com origens no séc. XV), hoje mais conhecido como espaço de eventos sumptuosos. Mesmo em frente fica a fábrica A Nacional, antiga moagem João de Brito. A fábrica foi instalada em meados do séc. XIX em antigas dependências conventuais. Uma ponte metálica faz a união entre os dois edifícios.


. Palácio da Mitra a sede da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias) ocupa um antigo palácio episcopal que acolheu o Museu da Cidade durante 30 anos (entre a sua criação, em 1942, e 1979 quando foi transferido para a actual localização no Palácio Pimenta, ao Campo Grande).



.Igreja de São Bartolomeu do Beato / Recolhimento do Grilo magnífica vista para o rio a partir do terreiro fronteiro à entrada da igreja.



.EKA Palace um palacete semi-arruinado (mas onde ainda funciona uma escola) no interior de uma característica vila lisboeta (Vila Maria Luísa), foi adaptado a espaço cultural com exposições, concertos, aulas de yoga, bar e esplanada.

.Por visitar ficou o Museu do Azulejo / Convento da Madre Deus, apenas a 500 metros. Mas entretanto começou a chover copiosamente.



Não mencionei os restaurantes/bares que animam a zona e têm contribuído para a tornar menos deserta. Além da Fábrica Braço de Prata e do Eka Palace, cada um em sua ponta, pelo meio há o Entra, uma taberna moderna e giraça que se instalou em 2010; A Casa do Bacalhau, um clássico de ambiente sofisticado; o 7.ª Arte vocacionado para jantares de grupo; e, mais recentemente, o chinês não trivial Dinastia Tang (onde jantei bem e a um preço razoável mas não sai encantada) e o vizinho Beatus, um bar/restaurante que ocupa um armazém tão amplo que cabe lá dentro um autocarro londrino, daqueles vermelhos, que serve agora de garrafeira. Havia uma banda a tocar, não sei se apenas ontem ou se é habitual. No EKA Palace e sobretudo em Braço de Prata a programação de concertos está sempre assegurada. A entrada custa 5 euros (sem direito a bebida).

Espero que o roteiro possa ser útil e trazer mais visitantes, quer diurnos quer nocturnos, ao eixo Marvila / Beato / Poço do Bispo / Xabregas / Madre Deus!

Beijinhos a todas,

Céu

Comentários

  1. [...] sem mais demoras, aqui vai o relato. Depois de, pelo final de Abril, termos explorado a zona de Marvila (que se confirma estar cada vez mais em alta), completámos agora um circuito iniciado em Janeiro [...]

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