Detectives





Queridas Senhoras,

leio livros e vejo séries de detectives desde sempre. Tenho na cabeça calhamaços inteiros e horas de TV passadas na companhia dos mais diversos tipos de investigadores. (Gosto tanto do género que fico derretida quando os meus filhos se mascaram de detectives com as golas levantadas, chapéus e bloco de notas. Aliás, sempre que desaparece alguma coisa lá em casa, peço-lhes que assumam esse papel: “Muito bem, onde viu a sua pantufa pela última vez?").

Se contarmos com Os Cinco, terei começado por aí. Ou então um pouco mais tarde com as histórias de Nancy Drew e Patrícia. A partir da adolescência passei a consumir doses industriais de Arthur Conan Doyle e, sobretudo, Agatha Christie. Sherlock Holmes, Hercule Poirot e Miss Marple são as minhas referências fundamentais, ingeridas em dezenas de livros, séries e filmes. Conheço todas as suas características, manias e fraquezas, onde vivem, que relação têm com os seus companheiros quase tão famosos quanto eles (válido sobretudo para o Dr. Watson e para o capitão Hastings). Com outras personagens clássicas, como o Marlowe de Raymond Chandler e o Inspector Maigret de Georges Simenon, tive muito menos contacto mas ainda assim fazem parte do meu imaginário. Estes e outros profissionais do enigma foram transpostos para o ecrã e interpretados por actores e actrizes que se tornaram indissociáveis das personagens, uns e outros imortalizados para sempre.

O gosto por histórias de detectives não se prende com um jeito especial para descobrir o culpado ou identificar as maroscas do enredo. Não faço nenhum esforço mental para detectar pistas, armadilhas, incongruências e nunca adivinho o fim. Se calhar, o gozo reside aí. Para as modernas séries de polícia científica, desaparecidos, investigações daqui e dali, tenho pouca paciência, não é esse o espírito (mas gosto das séries e dos episódios género cold case, sobre casos antigos, arquivados, esquecidos). Porém,  de vez em quando, surge uma boa surpresa.

É o caso da série Vera sobre a mais improvável das detectives: a inspectora Vera Stanhope, uma mulher de meia-idade com excesso de peso e angina de peito. A soberba Brenda Blethyn empresta todo o seu talento a esta solitária responsável da polícia de uma pequena comunidade na costa rural de Inglaterra, secundada por um jovem parceiro com pinta de modelo (David Leon), casado e pai de três filhos.

Outra boa surpresa parece ser Endeavour (avalio com base em apenas um episódio mas em geral é quanto basta), que estreou a semana passada também na Fox Crime. O inspector Morse enquanto jovem detective é o objecto desta série passada na tranquilidade da cidade universitária de Oxford.

Beijinhos a todas,



Céu

Comentários