O nosso tempo

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                            O cartaz é "bué" moderno. Para quem ainda diz "bué", claro.

 

Queridas Senhoras,

os clássicos encontros de antigos colegas, sobretudo em datas redondas ou comemorativas, deixam-me sempre melancólica. É coisa para durar o dia seguinte e o outro ainda. E nem tudo se deve aos copos a mais. Fico pensativa e sentimental mas não penso muito sobre isso. Não gosto de aprofundar porque me sinto assim. Sei bem o que é mas fico com um nó na garganta se o verbalizar, mesmo que seja só para mim.

Os encontros de antigos colegas, as datas redondas, fazem-me perceber que a vida é mesmo isto. Não estamos só a treinar, a ver no que dá. Já cá estamos, chegámos ao futuro e é o que temos. A leve melancolia que trago desses encontros tem a ver com tudo o que se passou connosco ao longo dos anos, o que vivemos, o que imaginamos, o que pressentimos. É uma coisa que paira por entre os sorrisos, os copos e as conversas de reencontro. E volta comigo para casa.

Fomos traídos, fomos despedidos, fomos magoados, perdemos amigos, perdermos avós, pais, pessoas queridas. Adoecemos, acompanhámos doenças, quisémos desisitir, abandonar, largar tudo. Arrependemo-nos, chorámos, tivemos crises e depressões. E, no entanto, não volto para casa deprimida, é só uma leve melancolia.

Ainda nascem bebés e nada é tão esperançoso como isso. Escrevem-se livros, largam-se empregos, muda-se de casa, fazem-se novos amigos, tiram-se novos cursos, começa-se uma nova vida. E tudo pode ainda recomeçar, há segundas e terceiras oportunidades, e afinal a vida não é “só “ isto. É a mistura de todas as mágoas, todas as esperanças, aquilo que esperamos e o que não estamos à espera.

Isto ainda não acabou, malta. Saibamos nós estar vivos, despertos e alerta para tudo o que a vida ainda nos reserva.

E para concluir com outro cliché sentimentalão: o nosso tempo é agora!

 

Beijinhos a todas!

Céu

 

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