As sugestões de... Catarina Coutinho


Queridas Senhoras,

Aqui está outra rubrica nova para dinamizar o blogue. Semanalmente, vamos publicar sugestões culturais recomendadas por diferentes pessoas: amigos, conhecidos, figuras públicas, leitores e todos os que quiserem contribuir e assim ajudar a divulgar o que se vai fazendo pelos palcos, cinemas, galerias, museus, livrarias, salas de concertos, monumentos, enfim, tudo o que cabe no âmbito da cultura.

Será a nossa forma de contribuir para ajudar a divulgar o trabalho de quem tanto nos inspira e ajuda a atravessar os dias para lá do rame-rame casa-trabalho, sobretudo numa altura em que vida parece reduzida a isso mesmo.

Para que não sejamos acusadas de nepotismo, devo dizer que a primeira convidada é minha irmã, sim, mas é também uma professora, mãe, amiga, activista incrível e divulgadora cultural de méritos incontestados. Alguém que tem estado no olho do furacão, como professora, ainda para mais numa escola "difícil", mas que não desiste da cultura, do pensamento, do debate, do activismo. É preciso existir, logo pensar, viver.


As sugestões de... Catarina Coutinho*

Teatro

Todas as Coisas Maravilhosas, de Duncan MacMillan, com Ivo Canelas.

Em cena em Lisboa, no Estúdio Time Out (Mercado da Ribeira)

Ivo Canelas dá voz ao monólogo de Duncan MacMillan, que tem vindo a conquistar a admiração de plateias um pouco por todo o mundo, pelo tratamento sensível, maduro e cómico-trágico dos difíceis mas urgentes temas da depressão e do suicídio. 

Cinema

O Fim do Mundo, de Basil da Cunha

Para compor este seu O Fim do Mundo, Basil da Cunha voltou a utilizar não atores, recrutados nos próprios bairros, como é seu apanágio, para versar as vidas e os temas mais duros e violentos de um subúrbio de Lisboa. Desta feita, Basil da Cunha transporta-nos para dentro daquelas três ou quatro ruas do Bairro da Estrada Militar, na Reboleira, Amadora, onde conhecemos jovens à procura de respostas de vida, quando a vida de bairro teima em não as dar. Vemos Spira num movimento de redenção e redefinição, depois de anos num Centro Educativo (ou "colégio", como se diz no bairro), ou Kikas e Giovani, que atravessam as casas e o bairro pequeno e claustrofóbico da Estrada Militar, interpelando-nos a pensar os guetos e as periferias como lugares que continuam, em 2020, a constituir sítios à margem, denunciando desigualdades que nos devem ferir e incomodar a todos.

Exposições

A Cidade que não existia, de Alfredo Cunha

O fotojornalista Alfredo Cunha apresenta, sob a forma de exposição, o seu mais recente livro A Cidade que não existia, dedicado à Amadora, cidade onde viveu e trabalhou. No livro, e na exposição, temos acesso a um acervo que atravessa momentos históricos distintos, dos anos 70 do século XX a um 2020 já em pandemia. Cunha dialoga uma vez mais com os rostos e paisagens da Amadora, convidando a uma viagem pelo tempo, marcada por intensas transformações e tensões próprias da área da grande e multicultural Lisboa.

Até 15 de novembro, na Galeria Municipal Artur Bual / Casa Aprígio Gomes

Rua Luís de Camões, 2 - Venteira - Amadora

3.ª a sábado, das 10h às 13h, e das 14h às 18h

Domingos e feriados, das 14h às 18h


*Catarina Coutinho é professora numa escola da área da grande Lisboa. 

 

Enviem as vossas sugestões!

São bem-vindas as sugestões dos leitores que queiram contribuir para esta rubrica. Enviem, por favor, três a cinco sugestões, com uma breve descrição dos motivos de recomendação, acompanhadas do vosso nome, profissão e foto, para o e-mail senhorasdanossaidade@gmail.com. Cabe tudo nesta rubrica: um livro, um filme, uma peça de teatro, um concerto, um local a visitar, uma performance, uma exposição...


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