A tua crítica é melhor do que a minha


Queridas Senhoras, por causa de uma troca de galhardetes entre críticos literários fiquei ainda com mais vontade de ler este livro.

José Mário Silva (JMS), do Bibliotecário de Babel, e crítico do Expresso, elogiou a crítica da sua colega Helena Vasconcelos do Público, menorizando a apreciação que ele próprio tinha escrito sobre o mesmo livro, com estas palavras simples e directas:

“(…) É muito melhor do que a minha. Onde eu fui atabalhoado e confuso, tu foste de uma enorme precisão, relevando todos os aspectos essenciais de um livro complexo e avesso a sínteses. Fazes-lhe justiça (algo que não consegui fazer) e ainda bem.”

Choveram comentários no facebook a felicitar o JMS por esta atitude de humildade e de reconhecimento do mérito da colega. Ainda mais porque, quem conhece e acompanha o JMS, sabe bem que não há aqui ponta de falsa modéstia mas somente a vontade de divulgar e felicitar publicamente uma colega que, segundo ele, produziu uma crítica mais consistente e interessante do que a dele.

A outra possibilidade é que isto seja tudo um golpe de marketing concertado com a editora…e nesse caso para mim resultou em cheio :)

Quanto ao livro, vencedor do Pulitzer 2011, é sobre o Tempo. É ele o brutamontes do título. Sobre isso diz a autora em entrevista ao Expresso:

 “(…) o interesse pela questão do tempo já existia e deve-se muito a Marcel Proust. Quando era mais nova, aí por volta dos 20 anos, tentei ler o Em Busca do Tempo Perdido, só que não consegui passar dos dois primeiros volumes. Aos vinte e poucos anos, quem é que se preocupa com a noção de tempo?” (…) Acontece que mais recentemente, quando andava perto dos 40 anos, voltei à obra-prima de Proust com alguns amigos escritores e desta vez li tudo até ao fim. Foi uma revelação. Comecei a pensar que de certa forma todos os romances são sobre o tempo.”

Acho que está também na altura de ler o Proust… Alguém já leu?

Boa semana para todas, beijinhos

Céu

Comentários

  1. Querida Céu,

    nunca li nada dele. E vocês?

    O teu post fez-me pensar nos muitos livros que tentei ler há 10-15 anos atrás e que por algum motivo nunca cheguei a passar das primeiras páginas ou capítulos, tal como as Memórias de Adriano da Marguerite Yourcenar, ou A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera.

    Uma vez instalada na minha nova casa, gostaria de voltar e tentar reler estes dois livros. Depois conto como correu a coisa!

    bjs

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