Overacting

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Queridas Senhoras,

finalmente vi Birdman, o candidato aos Óscares que me tinha sido vivamente recomendado, por gente tão idónea como a minha irmã e a S.. (mas não por um dos críticos que sigo habitualmente, o Jorge Mourinha do Público, que lhe atribui apenas uma estrela).

Mana, S., tenham calma, eu gostei do filme. O título deste post não contém nenhuma crítica negativa implícita. Overacting porque é um filme de actores do caraças! E é sobre actores, representação, teatro, verdade, mentira. (Não andamos por aqui todos tantas vezes em overacting, a exagerar nos nossos papéis? A querer muito que gostem de nós?)

Não achei o filme sublime ou genial mas para mim aquilo é cinema. Não querendo tirar o protagonismo ao Michael Keaton (o filme é justissimamente dele), tem o Edward Norton e não me parece que este alguma vez tenha feito maus filmes (e se fez, ele é tipo para os tornar bons). E tem uma mulher chamada Naomi Watts com a aura das antigas divas. E uma menina chamada Emma Stone que ainda não me fala ao coração mas o problema deve ser meu.

Esta gente reúne-se num velho e respeitável teatro da Broadway para ensaiar Raymond Carver - De que falamos quando falamos de amor? Riggan (Michael Keaton), um ex-actor de filmes de acção, está em crise de ego e anda à procura do amor-próprio, do público, da crítica, da filha, da namorada, da ex-mulher. Ele só quer ser amado, sim, mas confunde amor e admiração. E entretanto chegou aos 60, a flacidez é implacável e o twitter também.

Enquanto compõem as suas personagens, no palco e fora dele, andam todos à procura da verdade. Como se isso existisse.

(Não é o meu candidato favorito para amanhã. Dos que vi, as minhas fichas vão todas para Boyhood.)

Beijinhos a todas,

Céu

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