Os leitores falam às Senhoras: Graça Paz (artista plástica)



Queridas Senhoras,

hoje falamos com Graça Paz, artista plástica nascida no Porto em 1967. Estudou Arte na Cooperativa Árvore e formou-se em Design de Moda, no Porto, tendo escolhido viver e trabalhar actualmente no norte rural de Portugal: mais concretamente na aldeia de São Paio de Antas, no belíssimo concelho de Esposende.
Grandemente influenciada pelo ambiente musical em que cresceu, o seu trabalho, maioritariamente abstracto geométrico, faz a ponte entre a música clássica e a forma como Graça se expressa emocionalmente — consciente ou inconscientemente  —  num contexto que não contém palavras. Estudiosa da psicologia emocional, coloca-se, e ao seu trabalho, no centro da aprendizagem, especialmente através da aguarela, na busca de um equilíbrio entre a rigidez e a fluidez.
Acompanhem o seu trabalho, maravilhosas ondas de cor, através do Facebook e do Instagram.

1. O que está a ler neste momento?

Ora bem.,..ando sempre com vários livros aos mesmo tempo, por isso para mim ler um livro pode ser rápido, ou esticado... Mas aqueles em que pego de manhã quando acordo e dos quais me faço acompanhar na mesa do pequeno almoço são: Money, de Rob Moore, porque quero sempre melhorar a minha mestria e relação com o dinheiro; When the body says NO, do incrível Dr. Gabor Maté; A terapia da luz, de Karl Ryberg; Graceful, de Seth Godin; O diário de Virginia Woolf: 1927-1941.

2. O que leu antes e o que vai ler a seguir?

Everything belongs, de Richard Rohr, e Silêncio na era do ruído, de Erling Kagge.
Hummm, ora bem tenho vários seguir... talvez Pensar como Leonardo da Vinci, de Daniel Smith, está comprado e à espera...

3. Conte-nos uma memória de infância relacionada com livros.

Não tenho muitas visto ser uma leitora tardia, mas talvez uma que recordo sempre seja uns livros que havia em cada dos meus pais sobre arte, sempre elegantemente posicionados, que o meu pai tinha o cuidado de endireitar quando estavam desalinhados! Ele sempre teve casas bonitas, lia, e era organizado por natureza, mas não sei porquê aquilo chamou-me a atenção e ficou-me na memória.

4. Que livros marcaram a sua adolescência?

Um que voltei a comprar há um mês, no Jardim Botânico no Porto (e casa da família de Sofia de Mello Breyner), A menina do mar. Viajei com esse livro e ainda hoje viajo.
Também comprei de novo, numa feira vintage, os livros da Anita na versão original, que são soberbos a nível de ilustração e que até me faziam sentir os cheiros...

5. Um local público onde goste de ler

No largo da igreja da minha aldeia, São Paio de Antas, tenho um sítio com uma vista sobre o vale dos campos de milho. Ainda hoje levei um livro comigo para lá.

6. O seu recanto preferido de leitura (em casa)

Sem qualquer sombra de dúvida, por muitos que tenha, a minha cama. À noite, quando quero desligar da net, enrosco-me no edredão com um livro e estou no céu.

7. Uma biblioteca importante para si

A minha.
Foi uma promessa que me fiz quando me divorciei, fazer a minha própria biblioteca pessoal e a cada dia vai aumentando. Assino os meus livros, com a data também, e tenho imenso orgulho nela.

8. As livrarias que costuma visitar

Adoro ir à Centésima Página, em Braga. é LINDÍSSIMA.
Depois, sou cliente da Fnac, Bertrand e gosto imenso da Amazon.
O prazer de receber um livro pelo correio é mágico.

9. Uma editora de que goste particularmente

The School of Life, é fantástica.

10. Que livros gostaria de reler?

O Livro do Silêncio, de Sara Maitlan , talvez lhe volte, marcou-me.
Eat, Pray, Love, de Elizabeth Gilbert, embora seja impossível voltar-lhe com a mesma sensação de poder que me causou.

11. Que livros está a guardar para ler na velhice?

Sem dúvida, Paul Auster. Adoro-o mas ainda não consigo pegar num livro dele.
Também Margaret Atwood. Fiz um workshop de escrita com ela e fiquei apaixonada.

12. Acessórios de leitura que não dispensa

Não sei bem o que são, mas talvez o meu notebook e uma esferográfica BIC original, porque sou incapaz de ler sem guardar algo e sublinhar.

13. E se um livro não prende, põe-se de lado ou insiste-se?

É raro acontecer, mas poria de lado. Às vezes acontece haver partes mais maçudas que me fazem empancar, mas geralmente volto.

14. Costuma ler sobre livros? Quais são as suas fontes?

Sou uma networker e vejo muitas palestras, constantemente, e aí apanho muitas referências a livros. Também, dependendo daquilo que quero estudar, geralmente o mestre aparece sincronicamente...

15. Uma citação inesquecível que queira dedicar às Senhoras da Nossa Idade

Bem, há imensas, mas uma que me vem muitas vezes à cabeça, que não sei quem disse infelizmente, é a seguinte:
«Há muito mais coisas boas para a frente do que aquelas que deixas para trás.»
Esta frase foi fundamental para mim e fez-me acreditar, quando saí de casa com os meus filhos, uma casa recentemente construída, deixei o meu marido e 30 anos de casamento, e fui à descoberta cheia de medos... mas descobri que é 100% verdade.
Obrigada... é bom recordar e falar sobre livros.
Beijinhos,
Graça.


Nós é que agradecemos, Graça. Beijinhos!
Marta

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