Anónima

1173699_518781804873372_1899870032_n                                                       Foto: Lisboa na Rua

Queridas Senhoras,

um feriado em pleno Agosto sozinha em Lisboa. What are the odds? A situação é tão estranha que não parece ser comigo. Por isso mergulho anonimamente no bulício turístico da cidade, sem agenda, sem programa.

A situação é tão estranha e rara que me sinto a pairar, deambulando pelas ruas misturada na multidão, um pouco turista também mas sem as partes chatas, imune à obrigação de cumprir um qualquer plano de visita.

Contorno a fila para o Elevador de Santa Justa sentindo a liberdade de ir apenas onde quiser. Evito ou procuro a confusão na exacta medida em que me apetece sentir a solidão, o isolamento ou então sentir-me parte deste feriado de Agosto na cidade.

Tanto procuro um pedaço de rio para olhar sem ninguém à volta, como me deixo aproximar das pessoas e escuto pedaços de conversas, observo através dos meus óculos escuros com toda a disponibilidade para observar e escutar.

Não tenho agenda mas sei que uma orquestra de jazz toca às sete da tarde no Terreiro do Paço. O calor começa a ceder. O palco foi montado à sombra. Os músicos afinam os instrumentos. Do outro lado brilham os edifícios, há gente no topo do Arco da Rua Augusta, o castelo recortado por trás. Sento-me no chão, encostada a uma parede. O concerto começa e as notas que soam na praça como que amolecem, amaciam, dissolvem todo o bulício.

Fecho os olhos e escuto a música.

Beijinhos a todas,

Céu

Comentários

Enviar um comentário

Conversem connosco: