O nosso amor existe

 

pOIUm

Queridas Senhoras,

tenho carinho e simpatia pelo São Valentim. É um pretexto para falar de Amor, o que me parece sempre boa ideia. Por esta altura, surgem na imprensa artigos interessantes sobre o assunto (O Amor é bondoso, Voltar para os braços onde já foram felizes).

Faz falta educação para o amor. Para o amor longo, duradouro e feliz. As pessoas conhecem-se, apaixonam-se, dão longos passeios, têm longas conversas. A vida continua e um dia descobrem-se estranhos um para o outro. As longas conversas transformam-se em frases de circunstância, sobre os filhos, a divisão de tarefas, o que é o jantar. Sim, é de loucos o que se pede ao amor. Pede-se que resista ao automatismo dos dias. Mas só o amor nos pode salvar da robotização da vida.

(Tenho um certo fascínio por aquelas histórias que se ouvem de casais que vivem em casas separadas. Imagine-se a cerimónia, no bom sentido, a sedução permanente, os convites para jantar. O contrário do desmazelo. Muitos nós somos desmazelados nas relações, não cuidamos, não fazemos cerimónia. Fazer cerimónia é ter a casa arrumada quando convidamos alguém para jantar, vestir uma roupa bonita,  ter uma iguaria especial, um queijo, um bom vinho. É claro que estou a efabular, mas imagino a vida desses casais como um namoro constante, de convites e bons jantares).

O amor é lindo, é louco, é complicado, é fodido, é uma merda, uma maravilha. É o que temos. O amor é um lugar estranho, por vezes, mas o desamor é um lugar frio. O desamor público envergonha-nos, entristece-nos. Como é possível que duas pessoas que um dia deram longos passeios e tiveram longas conversas, exerçam violências, vinganças públicas, mesquinhas, terríveis?

Fazem falta mais exemplos bonitos de amor público, como as crónicas de amor do MEC sobre o seu casamento com a Maria João.

Esta semana, quando voltávamos da praia, a Maria João estava a pentear-se e deu-me uns cabelos soltos para eu deitar pela janela do carro. Tive ciúmes que alguém pudesse apanhar os lindos cabelos dela e disse-lhe. Dei-lhes um beijinho e atirei-os ao vento. E a Maria João disse: "Agora tenho eu ciúmes que alguém apanhe o cabelo com beijinhos teus.”

Para a minha mulher

Um amor assim é um lugar quente, luminoso como um dia de Verão. Tenhamos estes exemplos como inspiração e livremo-nos do desamor que espreita ao pé do desmazelo. Saibamos resgatar o nosso amor, um bocadinho todos os dias.

 

Beijinhos a todas,

 

Céu

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