Manga curta

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Queridas Senhoras,

hoje, dia 26 de Fevereiro, corri de manga curta. Foi o primeiro dia do ano em que tive de atar a camisola à cintura e correr de braços ao léu. É muito bom, sim senhora, vem aí a Primavera e tal, só que nem dei conta de o Inverno passar. Quase não corri à chuva, luvas e gorro só levei uma vez. Portanto, basicamente, o Inverno são uns diazinhos de chuva que, por muito que aborreça não conseguir secar a roupa, passam tão rápido que não se dá por eles. Mais uns diazinhos de frio, ai que frio, ai que frio, e quando damos por ela também já foram.

Como é que é mesmo? Se o tempo passa rápido é porque estamos velhos, tristes ou felizes? Nunca sei. O tempo passa rápido porque os dias são chatos ou interessantes? Os meus dias são maravilhosamente iguais e não me aborrecem nada. Passo o máximo de tempo possível na rua, nos jardins, à janela, no quintal. A felicidade é sentir as diferenças de temperatura em cada dia, a intensidade da brisa, do vento, da chuva, o chilrear dos passarinhos. Hoje a brisa e os cheiros eram claramente primaveris, a passarada chilreava que era uma festa e algumas borboletas de cor clara passaram rente aos meus braços nus marcando a cadência da passada no chão da mata, ainda húmido das últimas chuvadas.

Os meus dias são deliciosamente iguais mas aflige-me que passem tão depressa. Já aqui o disse, não vou viver suficientes manhãs, manhãs maravilhosas de Primavera, Verão, Outono e Inverno. Por exemplo, hoje estava enevoado. Mas às tantas abriu o Sol. E no silêncio divino da manhã de domingo os raios trespassaram a folhagem, os passarinhos cantaram, etc. É sempre o mesmo e é lindo, lindo, lindo.

Choveu muito há umas semanas e a mata está profundamente fresca e irrigada. Mas há-de ser um instante até começar correr de calções e ter vontade de cortar o cabelo. Como sempre acontece no Verão.

Beijinhos a todas,

Céu

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