Viva (?) o regresso às aulas

Queridas Senhoras,

a nova (pré) escola do Francisco, que ele começará a frequentar no próximo dia 16, é mesmo aqui ao pé de casa. Fica coladinha ao 'nosso' parque e poderemos continuar a nossa agradável e saudável rotina de nos deslocarmos, essencialmente, a pé.


Tem uma hortinha com um espantalho e uma área ampla para correrias e tropelias.



Era esta a escola que ocupava o topo das nossas preferências desde, bem, desde que o Francisco entrou para a creche. Pela proximidade, ar arejado e verde, pelo facto de, mesmo ao lado, estar a 'escola primária' e isso significar não mais preocupações com escolhas até 2020. Ena pá, 2020! Um repouso bem merecido depois dos últimos meses.


Acho que não sofria assim desde que o Francisco entrou para a creche, há precisamente três anos. Na altura, o stresse não veio da escolha, essa foi fácil. Veio, claro, da antecipação da separação do meu bebé, com oito meses, passados comigo 24 horas por dia. Foi uma semana de cão e quando chegou o dia temido ele adaptou-se como um camaleãozinho.


Não, desta vez o stresse foi prolongado até ao último e mais improvável dos momentos. Soubemos que o Francisco tinha sido admitido na nossa primeira escolha na passada segunda-feira, dia 02 de Setembro. E, sim, estou a falar de ensino público. E, não, não nos inscrevemos fora de prazo. Cumprimos tudo à risca. Até andámos a recolher assinaturas de vizinhos para entregar na Junta de Freguesia, de modo a obtermos um atestado de residência (sim, assinaturas), quando afinal, este ano, a morada não contava para nada.


Os primeiros resultados, revelados mesmo no fim do mês de Julho, deram-nos como 'em lista de espera'. A prioridade é dada aos mais velhos e este ano houve muitas inscrições de crianças com 5 e 4 anos (segundo consta, mais um sinal da crise, pois serão crianças que, até agora, frequentavam estabelecimentos de ensino particulares). A meio de Agosto apercebemo-nos de que algo estava errado, pois havia alunos colocados mais novos que o Francisco (e que o Pedro, o seu melhor amigo e inseparável companheiro nesta cruzada).


Depois de algumas horas passadas nos bastidores do agrupamento, aprendemos que a máquina manda mais do que a lei e que o programa informático utilizado, há já três anos, para gerir as colocações dos alunos, oferece uma muito simpática margem de erro, em grande parte por não permitir cruzamentos de dados entre diferentes agrupamentos. 'E não há nada a fazer, estão colocados, estão colocados!'


Olhe que não, há muito a fazer, e para esta nossa já demasiado longa história valeu-nos que a primeira coisa feita tenha surtido efeito. Outras já se preparavam, caso assim não tivesse sido. De qualquer modo, foi um mês de Agosto em angústia e a confirmação de que tudo o que envolve o Ministério da Educação transpira sadismo. Colocações de professores? Eles que esperem! Colocações de alunos? Ah, eles que esperem também! Mas que mal te fizeram uns e outros, sistema dum raio?


Agora mais aliviada, muito mais, mas sempre perplexa e indignada, começo a preparar o regresso às aulas, uma das minhas alturas do ano preferidas. Mesmo que o Ministério da Educação teime em infernizá-la.


Beijinhos a todas,

Comentários

  1. Opá, o miúdo está crescido! O que é que lhe andas a dar de comer? ;)

    O inferno das escolas públicas... também tenho uma história parecida com a instituição que dá apoio ao Pedro do ensino especial: até hoje ainda não sabiam se continuam a dar apoio ou não, porque aguardam instruções da Segurança Social, que ainda teve a lata de lhes perguntar se estavam com pressa, não me digam que querem começar no dia 1 de Setembro? Como se começar as coisas nas datas em que é suposto começarem fosse a coisa mais aberrante... Palavras para quê?

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Conversem connosco: