À noite no Pinhal das Artes

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Queridas Senhoras,

este ano conseguimos finalmente ir ao Pinhal das Artes em S. Pedro de Moel. A Marta falou-me várias vezes deste festival de artes para a infância que se realiza de dois em dois anos nos magníficos pinhais de S. Pedro. E vocês sabem como as descrições da Marta podem ser cativantes

Fomos este ano, mesmo à conta: o festival é dirigido à chamada primeira infância, até aos 5/6 anos. Ora o João tem 5, daqui a dois terá 7 e a irmã 10, pelo que se calhar já não achariam grande graça. Para quem tem bebés recomendo que agendem já a visita para 2016! Vale muito a pena, diria mesmo que nunca estive num evento para crianças tão bem concebido e, sobretudo, tão bem localizado.

O festival organiza-se numa tenda central onde vão decorrendo vários espetáculos e distribui-se por várias tendinhas onde acontecem, a horas marcadas, as muitas actividades indicadas por faixa etária. Música, dança, yoga, sessões muito específicas para bebés de colo, jogos com os sons da floresta, os aromas do pinhal, oficina de construção de brinquedos da floresta (adorei esta!) … a grande diferença e a grande vantagem em relação a outros festivais do género (o único que me ocorre é o Barrigas de Amor mas mesmo assim julgo que tem pouco a ver com este) é mesmo a localização e o cenário. E o espírito, claro.

As tendinhas estão muito espalhadas, há imenso espaço livre para estarmos à vontade, não há aquela sensação de sufoco de outros festivais, com muitas marcas à mistura e bonecos gigantes….Reparei que estavam lá algumas, claro, mas nada de agressivo.

Como o que nos interessava era sobretudo passear, ver e sentir o ambiente (e não tanto participar nas actividades que são, como já disse, na sua maioria, para crianças muito pequenas), aproveitámos a entrada mais barata a partir das 17 horas – três euros por pessoa em vez dos seis do bilhete normal.

Ora este bilhete dava direito aos espectáculos nocturnos pelo que resolvemos voltar à noite, depois de jantar, para ouvir “canções à guitarra” e “histórias à volta da fogueira”.

Se não fosse por mais nada, este momento teria valido o fim-de-semana inteiro. Sentados no chão, na tenda grande, a ouvir histórias, à roda de uma “fogueira mágica” (naturalmente, não se podia fazer uma fogueira a sério mas cada menino recebeu uma palhinha que esfregou nas mãos e de repente, um, dois, três, apagaram-se as luzes e ficaram só as palhinhas a brilhar; todos os meninos foram então ao centro colocar a sua brasa mágica para a fogueira).

Nunca tínhamos feito nada parecido. O sítio propício a estas aventuras é a nossa aldeia na Beira Alta mas normalmente só lá vamos por três ou quatro dias. Sabe sempre a pouco e não chega para viver tudo. Não se pode comprimir o sabor de um Verão inteiro em três dias.

Lembro-me de ser pequena e de o Verão na aldeia durar uma eternidade, de haver tempo para tudo, para o rio, o pinhal, as festas e bailaricos, os piqueniques, o adro à noite, os passeios pela estrada fora, ao escuro. Claro que eu não pensava nisto, vivia e pronto. Agora tenho sempre a sensação de que não temos tempo e sinto uma espécie de pena ou melancolia por os meus filhos não passarem mais tempo a ver as estrelas à noite, no céu de Verão.

Foi por isso que quando vi aquelas histórias à volta da fogueira quis muito que eles vivessem isso, embora no fundo seja eu que queira viver isso com eles, sempre a tentar recuperar pedaços da infância. E cheiros, sobretudo cheiros. Inspiro uma golfada de ar do pinhal e, olhem, sinto-me logo a sorrir por dentro. Mesmo.

E assim foi. Mas o facto é que nos deitámos à uma da manhã e no dia seguinte antes das sete eles acordaram. Mas dos sonolentos não reza a História por isso fico-me por aqui.

Beijinhos a todas,

Céu

 

Comentários

  1. Aquele cheiro deixa-nos mesmo bem dispostos, Céu, é verdade. Nós temos feito grande parte das férias em São Pedro, desde que o Francisco nasceu, porque não há grande concorrente à altura. E porque está lá a única avó dele, que ele adora perdidamente. Este ano quero repartir um pouco mais o Agosto e ir a Cascais, mas o Francisco torce logo o nariz. Eu bem lhe digo que S. Pedro é a terra do pai e Cascais a terra da mãe, que também tem praias, e amiguinhos... mas ele irá contrariado. Espero depois conseguir deslumbrá-lo!
    Beijinhos,
    Marta

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  2. Muitas opiniões têm estes pirralhos, caramba. Os meus fartam-se de refilar, unem-se contra a mãe e o pai, dizem que nós só fazemos coisas que nós gostamos e não queremos saber do que eles gostam. Imagina...Ah, e a Alice faz gala em não se entusiasmar muito com nada (tirando a Kidzania) por isso quando pergunto "então, gostaste?!", o mais que arranco é dela é "mais ou menos" ou "foi normal"... Cascais vai ser muito bom, de certeza. Consulta o programa do Ciência Viva no Verão, deve haver actividades giras por lá. beijinhos

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