Queridas Senhoras,
o parlamento debate hoje as medidas de incentivo à natalidade. Podem saber mais sobre o assunto aqui.
Ouvi a notícia de manhã na rádio e fiquei de imediato alerta. As relações entre a vida profissional e a vida familiar e pessoal é um tema que nunca me deixa indiferente. Comecei logo a pensar em medidas de apoio à felicidade:
- Dar folga dos dias de aniversário: do próprio, do cônjuge, dos filhos. Pelo menos dois à escolha mas tantos quanto o número de filhos. Quem não tem filhos pode optar pelo dia de aniversário dos sobrinhos, afilhados ou outra criança com significado especial na sua vida. Podem ir buscá-los à escola mais cedo ou inclusive baldarem-se os dois para o jardim ou para a praia.
- Instituir um fim-de-semana prolongado por mês, sempre que o calendário não providencie um.
- Folga surpresa: de repente, é decretada uma tarde livre! Todos sabemos a onda de bem-estar que nos atinge quando nos descobrimos livres sem esperar. O tempo subitamente vazio de obrigações é um balão colorido que pode esvoaçar para qualquer lado ao sabor do vento.
- Tempo para workshops ou cursos de formação à escolha. Jardinagem ou literatura, programação ou tricot. Pós-graduações, mestrados, aperfeiçoamentos, especializações ou generalizações. Aprender! Estudar! Há muita conversa fiada sobre a aprendizagem ao longo da vida mas, com um trabalho a tempo inteiro, é dificílimo conciliar horários para frequentar um curso. Os cursos online são uma possibilidade mas também para esses é preciso tempo livre.
- Trabalhar a partir de casa durante um período combinado (sei que algumas destas medidas já existem mas não estão generalizadas). Alternar períodos de trabalho no escritório e em casa parece-me uma medida útil e inteligente. Por vezes estamos fartos da rotina do escritório e quebrá-la com a organização do tempo à nossa maneira, em casa, longe do toque dos telefones e do ruído laboral, pode ser um bálsamo. A sabática doméstica pode servir também para valorizarmos o que de estimulante existe no local de trabalho: o convívio, partilha, a troca de ideias, os benefícios do espírito de comunidade e de cultura empresarial.
- Premiar com dias de férias extra. Por um esforço especial num projecto exigente, um bom desempenho, um negócio fechado, por ser bom colega, por isto, por aquilo, porque sim! Porque precisamos de férias, de tempo para viver, para estar com os filhos, para namorar, para manter as amizades vivas, para ajudar os outros, para ter tempo para os outros, para passear e viajar.
Beijinhos a todas,
Céu
Há uns tempos fui uma das participantes do movimento Revolucionar para Flexibilizar, que depois mudou de nome e ficou Conciliar para Flexibiliar (http://revolucionarparaflexibilizar.blogspot.pt/).
ResponderEliminarSurgiram discussões muito interessantes, mas ficou claro para mim que a maioria das pessoas quer trabalhar menos mas ganhar o mesmo, o que até faz sentido tendo em conta os salários que se praticam.
Custa-me mesmo muito perceber porque é que as pessoas ficam à espera que as coisas mudem, em vez de serem elas próprias os agentes da mudança.
Mas isto sou eu, que sou um bocado irresponsável.
Grande Calita! Tens toda a razão. O pessoal põe likes no facebook e acha que o trabalho já está feito.
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