Queridas Senhoras,
aquilo que mais admiro em quem tem muitos filhos é a capacidade de andarem anos metidos nesta confusão. Quer dizer, se uma pessoa tiver três filhos, com dois ou três anos de intervalo entre eles, são mais ou menos dez anos de loucura. De noites mal dormidas, fraldas e papas, bronquiolites e viroses, idas de urgência ao hospital e as infernais birras. Bem sei que tudo é relativo, bla, bla, bla, e aliás nós vimos recentemente ao vivo o bem que quatro filhos podem fazer. Mas convenhamos, nem todas temos a calma, a compostura e a classe da Mariana. E admito que, como ela disse no nosso encontro, o facto de ter sempre um filho pequeno nos faça sentir jovens e afinal um bebé pequenino é amoroso, uma ternura, quem não quereria ter sempre um lá por casa? Eu! Peço desculpa pela franqueza mas não quereria andar até aos 40 e tal anos com a vida, e a casa, virada do avesso.
É que não são só as birras e a casa sempre desarrumada. É que por mais que se faça, o trabalho nunca está feito, nunca mas nunca acaba. Claro que depois vem aquela conversa do que é mais importante, do “deixa lá a casa e as arrumações”, do “não se pode fazer tudo”, etc. Mas porventura se deixarmos de fazer as coisas, elas vão aparecer feitas? Não é verdade que há quase todos os dias uma pilha de roupa para lavar, para estender ou para arrumar? E felizmente que há muito mandei às urtigas a tábua de passar a ferro. Conhecem a expressão se não é do cu é das calças? Se não é a roupa, é o raio de uma sopa que é sempre preciso fazer e mais o jantar o que há de ser, eu já só peço que eles engulam a sopa mais ou menos sossegados, quero lá saber o que é que se come.
Posso estar a exagerar mas muitas vezes é exactamente assim que as coisas se passam. Claro que também já relativizo muito e uma sopa entornada sobre o sofá já não tem em mim o efeito que tinha. Aliás, o tupperware inteiro despejado no chão da cozinha, porque os azares acontecem, especialmente quando tentamos fazer tudo ao mesmo tempo, para poupar tempo, e depois somos divinamente castigados pelos deuses do lar ou coisa que o valha, nem isso, dizia eu, é suficiente para me lixar o dia.
O que mais me lixa os dias são as birras, as infernáveis birras. Como a desta manhã do João que, no auge da confusão dos preparativos para sairmos de casa (sim, porque por mais cedo que me levante e organize tudo, o tempo nunca é suficiente para os imprevistos e as intempestivas reacções de duas crianças a interagir de manhã, over breakfast), o João, dizia eu, queria fazer…garagens.
I rest my case.
Tenham um bom dia!
Beijinhos a todas,
Céu
Ó Céu! Como eu te compreendo, e só tenho um. Agora deu-lhe para dar palpites. No outro dia queimei a mão no forno e o menino disse logo "bem te avisei para não fazeres as coisas a correr".
ResponderEliminarEhehehehe!!! Lindo, Marta :)
ResponderEliminarQuanto a ti, Céu, um grande bem-hajas! É tudo isso que tu dizes e muito mais. E é muito importante irmos dizendo, repetindo, anunciando e confirmando.
Olá Marta Ribeiro! Não tinha ainda visto este comentário. Gosto de te ver por aqui. Um grande beijinho para ti e outro para o Gaspar (nunca mais me esqueci do nome dele :))
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