Queridas Senhoras,
com o país inteiro (e arredores) a cantar Amar pelos dois, talvez possamos agora, com calma, analisar este belíssimo poema (que alguém, céus!, classificava ontem nas redes sociais como fraquinho, que o Papa e Nossa Senhora o ajudem a reconhecer o Bem e a Beleza).
Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Bonito, belo começo. Forte, definitivo, um pouco trágico, como convém.
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar
Lindo e triste. Não é saudável mas é bonito, sem dúvida. “Cansado e sem nada para dar” descreve a forma como muitos de nós vivemos quando nos esquecemos de amar.
Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Magnífico. Adoro a rima de “preces” com “regresses”. E todas as crianças que não andam na catequese aprenderam uma palavra nova e bonita. Prece. “Voltar a querer” é lindo, desculpem repetir-me. É o contrário de “cansado e sem nada para dar”. É renascer, é reanimar, é “reamar”.
Eu sei que não se ama sozinho
Luisinha, Salvador, meus queridos, aqui é que não posso concordar. Como “não se ama sozinho”?? Grandes canções, livros, obras de arte, nasceram de amores não correspondidos, falhados, miseráveis, esgotados. Amar sozinho, e sofrer de amor, é provavelmente a razão para a existência da arte.
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Que coisa mais bonita.
Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Ai, que crescendo de emoção! O que vem aí, Luísa, Salvador, meus amores?
Sem fazer planos do que virá depois
Perfeito. Um dia de cada vez. Sabemos lá nós o dia de amanhã. Vocês são lindos.
O meu coração pode amar pelos dois
Sim! Afinal, se calhar, têm razão. Ninguém ama sozinho porque precisa sempre do outro para amar. Da ideia do outro, pelo menos. De um outro que nos dê vontade de querer, criar, sofrer, viver. É isso, meus amores lindos?
Parabéns! Obrigada por nos fazerem cantar e pensar no amor.
Beijinhos a todas,
Céu
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