Anna Karenina, essa doida

-anna-karenina-

Queridas Senhoras,

tenho saudades das minhas conversas diárias com a Paula, a troca de impressões sobre o quotidiano, um artigo que li (os melhores costumava guardá-los para ela), um filme, uma série.

Aqui vai um possível diálogo se ela estivesse cá hoje (a Paula que me corrija se estiver errado):

(Céu) Viste a série que deu estes dois dias na RTP2, a Anna Karenina?

(Paula) Ui. Essa era a russa. Era como a outra.

(Céu) Quem? A Bovary?

(Paula) Pois, filha. Era outra doida.

(Céu) Sabes que a Anna Karenina é considerada uma das grandes heroínas femininas da literatura universal? E o livro é considerado por muitos o melhor romance de todos os tempos.

(Paula) É do Tolstoi, não é? Já leste?

(Céu) Nunca li. E nem conhecia bem a história. Agora com a série é que tive um cheirinho da grandeza da obra, daquela trama toda.

(Paula) Então? Ela é casada e mete-se com outro. E no fim mata-se ou como é que é?

(Céu) Sim, o resumo é esse. Mas a história é incrível, tem imensas personagens. O narrador é o Kostia, um que era para casar com uma moça de quem gostava desde miúdo mas que por sua vez está à espera que o Conde Vronsky, um super galã lá do sítio, a peça em casamento, num baile de gala, durante a valsa vienense. Só que nesse baile também está a Anna (que tinha vindo para salvar o casamento do irmão que tinha traído a mulher; o casamento é um dos grandes temas do livro, estás a ver? Às tantas um padre faz um grande discurso sobre o casamento, diz que é a prova mais dura da vida e tal). O Vronsky vê-a e fica doido. Quer porque quer dançar a valsa com ela. E a outra, a miúda, que se chamava Katarina (mas era conhecida por Kitty) apanha um desgosto daqueles. E antes do baile o Kostia tinha-a pedido em casamento mas ela tinha dito logo que não. Porque estava com ela fisgada, que o outro se ia declarar. Mas o outro está quieto, só tinha olhos para a Anna. Então a Kitty vai para a Alemanha, para um hospital militar, curar o desgosto e tratar feridos de guerra. E crescer e essas cenas. E o Kostia retira-se para a sua casa de campo onde se dedica à agricultura e anda a escrever um livro sobre isso, quer revolucionar a agricultura na Rússia. E tal.

(Paula) Então e a Karenina, pá?

(Céu) Epá nem queiras saber, acontece tanta coisa. Só vendo. E lendo. Vê a série, ainda dá para ver, tens lá gravada.

(Paula) Então e o livro, não vais ler?

(Céu) Epá vou. Tenho de o arranjar.

(Paula) Depois emprestas-me.

(Céu) Tá bem. (.........) Então bora lá?

(Paula) Bora lá. Mais um bocadinho.

 

Beijinhos a todas,

Céu

 

Comentários

  1. [...] o título pomposo mas estou a poucas páginas de terminar o Anna Karénina de Lev Tolstoi (que prometi ler depois de ter visto a mini-série, em Julho passado) e uma reflexão impõe-se. Como sou garganeira [...]

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