Pen pals

[caption id="attachment_1361" align="aligncenter" width="529"] Postais antigos via diloreto.com[/caption]

Queridas senhoras,

hoje recebi a segunda encomenda da Céu, o segundo livro que me chega através do nosso bookcrossing "interno". Antes de chegar ao terceiro andar já tinha aberto o envelope, desejosa de vê-lo com os meus próprios olhos. É impressionante a alegria infantil que me trazem estes momentos. (e tu, Céu, já conseguiste levantar a minha encomenda?)

Sempre tive um fascínio particular pela caixa do correio. Escrevi inúmeras cartas e postais a amigos (mais ou menos coloridos) e também recebi uma quantidade assinalável. Sempre frequentei assiduamente os correios próximos da(s) minha(s) casa(s). Por acaso, a minha estação de correios preferida é a actual, que fica aqui pertinho, faz parte das minhas rondas habituais "no bairro". Agora não tanto pelas cartas e postais, mas pelas encomendas (ai Amazon, ai Wook, não tão ai OLX para compras em segunda mão), já que os envelopes pré-selados e, depois, essa maravilha da mobilidade postal que é o correio verde, me permitem "despachar" (termo técnico) o expediente (outro termo técnico) de menores dimensões no marco do correio (que fica mesmo, mesmo, mesmo aqui ao pé de casa). Tenho mais sorte do que tu, Céu, também tenho mais facilidade em escolher os horários pouco concorridos, claro.

Desde miúda (o fascínio). Sempre adorei o conceito de pen pals, mas por alguma razão que não me ocorre nunca cheguei a trocar correspondência com desconhecidos - talvez porque desde cedo tivesse tido amigos (mais ou menos coloridos) com quem me corresponder.

O meu primeiro pen pal surgiu já na era das "novas tecnologias" (até quando poderemos chamar-lhes novas?). Era um blogger anónimo com quem eu gostava de trocar e-mails a aprofundar os assuntos sobre os quais ele escrevia no blogue dele e eu escrevia no meu. Correu tão bem que casei com ele (não sem antes lhe perguntar o nome!)

Bem, mas agora que já estabelecemos esta rede de trocas de livros das Senhoras (embora a Susana ainda esteja ocupada com um calhamaço de 600 páginas e a Mariana ainda não tenha dito se deseja receber leitura transatlântica) já estou a pensar na next big thing (acreditem, às vezes é cansativo ser eu).

Para além de tudo aquilo que já escrevi neste post (hoje isto está a ficar longo, caramba), as fontes de inspiração para esta ideia que tenho a germinar, e para a qual solicito os vossos preciosos contributos, são duas:

1. The Postcard Crossing Project

[caption id="attachment_1364" align="aligncenter" width="300"] Printscreen de postcrossing.com[/caption]

Um projecto do Paulo e da Ana, um casal de portugueses radicados (por enquanto) em Berlim. Para quem quer ter a surpresa de receber postais de todos os cantos do mundo e o prazer de enviar postais para todos os cantos do mundo.

2. The PostSecret Project

[caption id="attachment_1363" align="aligncenter" width="300"] Postal anónimo via PostSecret.com[/caption]

Este descobri via Mariana. Um projecto de Frank Warren, que desde Novembro de 2004 já recebeu mais de 500.000 postais completamente anónimos, em que os remetentes escrevem um segredo que nunca contaram a ninguém. O seu segredo continua secreto, mas a partilha de alguns dos postais no blogue da iniciativa tem ajudado muita gente lidar com os seus fantasmas. A começar pelo próprio Frank Warren.

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As cartas (e os postais) estão na mesa. O que eu imagino é uma rede de troca de postais, cartas, e-mails, postais electrónicos, enfim, não importa o mensageiro, que ponha as mães a desabafar umas com as outras. A partilhar os seus mais íntimos segredos, ou apenas a dizer "olá" e a receber um "olá" de volta. A maternidade é, muitas vezes, solidão. E eu gostava que as Senhoras fizessem alguma coisa contra isso.

Thoughts, anyone?

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=dnGLSoE00jc?rel=0]

Beijinhos, Senhoras, bom fim-de-semana.

Marta