Queridas Senhoras,
As idas ao carrossel são um dos pontos altos dos dias de férias. Muito mais do que descobrir praias, terras e paisagens, do que os meninos mais gostam é destas coisas: brincar na rua, andar de bicicleta, ir ao carrossel.
Desde pequeninos, com menos de 1 ano, que a Alice e o João correm para o carrossel que, ali bem no centro de Lagos, chama as crianças com a sua melodia característica.
O meu sobrinho Gustavo, este ano, ainda não vai andar no carrossel, é muito pequeno para isso. Mas para o ano, aposto que esta foto já vai ter mais um menino. O Gusta vai começar pelo cisne, os pequeninos começam sempre pelo cisne, é mais protegido e fica mais em baixo. Ou talvez andem os três no elefante que tem uma porta que se fecha e tudo, os primos seguram o Gusta.
Amanhã, a minha avó, que também era Gusta (Augusta), a vó Gusta, faria 84 anos. No Verão, costumávamos mandar-lhe um postal de Lagos, a contar as aventuras da Alice. Das do mano já não chegou a saber, ela deixou-nos no primeiro verão do João em Lagos. Também não chegou a saber que o Gusta ia existir, que se ia chamar Gusta como ela, a vó Gusta.
A avó que nos dizia, a mim e à minha irmã, com muita graça, antes de termos filhos: "Ah, não queiras, deixa-te estar assim"; e depois de a Alice nascer, dizia-me: "Não queiras mais, deixa-te estar assim". Na ideia dela, quereria poupar-nos, talvez, aos trabalhos e complicações.
Mas como ela gostava de roubar beijos à Alice, que se fazia esquiva; vê-la pequenina, no chão da sala dela (aquelas salas das casas das avós, muito arrumadas, os bibelôs, o naperon, a mesa de vidro, o soalho de madeira velha que estala quando o pisamos, o lustre que abana no tecto), e a Alice pequenina a desarrumar tudo. E a vó Gusta a adorar. E depois, mais tarde, ainda teve o João sentado do colo dela.
O Gusta, o Gustavinho, é que já não conheceste, avó. Para o ano vão andar os três no carrossel. Os primos, os nossos filhos (que afinal quisemos e tivemos), os teus três bisnetos.
A vida é um carrossel mágico, não é?
Beijinhos a todas,
Céu
Não se pode ficar indiferente a este artigo, muito menos, quem como eu conheço de muito perto a avó Gusta. Doce, meiga, amiga do seu amigo, muito companheira para as amigas da Nanda, uns dias com mais paciência, outros menos, mas sempre pronta a ajudar quem dela precisasse. Como tenho saudades desse tempo! Tantas que não consegui privar-me da lágrima no canto do olho!!
ResponderEliminarEscolher para o Gustavinho o diminutivo de "Gusta" é demonstrativo de uma sensibilidade e riqueza interior que só quem já perdeu alguém a quem muito queria consegue perceber. Parabéns Céu! ès Linda!!!!
Olá São! Muito obrigada pelas suas palavras tão bonitas e carinhosas :) um grande beijinho
ResponderEliminarMaria do Céu, tu dás cabo de nós! Que maravilha de postal (até já me vieram falar dele aqui em S. Pedro...)
ResponderEliminarComo já te disse, espero vir a ter um dia uma neta como tu :)
Um abraço apertadinho
Marta