Queridas Senhoras,
hoje vinha a ler um artigo sobre este livro e lembrei-me logo de vocês. Não porque ache que vocês gostem especialmente de “música para sofrer” (nem pouco mais ou menos) mas porque sei que a música é fundamental nas vossas vidas, nos bons e nos maus momentos. E sei que a música, muitas vezes, salva. E que há músicas boas para estarmos tristes e nos sentirmos miseráveis.
Sei que é quase um pecado dizer isto (lá vem outro, logo depois do gostar de estar sozinha :)) mas a música nunca teve esse papel fundamental na minha vida. Nunca dependi da música como, por exemplo, dos livros e do cinema. Não sei bem porquê, sinceramente. Cresci com música, o meu pai canta e toca viola. Cresci com as canções do Zeca Afonso, fados de Coimbra e todo um vasto repertório. É claro que gosto de música, não me interpretem mal. Mas nunca foi uma paixão, uma obsessão, nunca tive bandas favoritas, nunca fui grande fã de concertos. A minha irmã foi a típica adolescente que não passava sem música e até já escreveu uma carta ao Eddie Vedder e julgo que lhe apertou a mão ou assim. Nada disso se passou comigo, a minha adolescência não envolveu bater com a porta e fechar-me no quarto com a aparelhagem no máximo. Quer dizer, lá bater com as portas bati (a minha Mãe que o diga) mas o mais certo era refugiar-me no silêncio de um livro.
Ora, embora não tenha uma história forte com a música (mal conheço as bandas, não sei quem canta o quê, etc.) gosto muito de ler sobre o assunto. Não esqueço uns textos deliciosos do Pedro Mexia sobre canções miserabilistas e sofredoras dos anos 80. De forma que o título deste livro despertou-me logo o interesse. Posso não ligar muito a música mas ligo à forma como as pessoas se relacionam com a música, aos enredos que se criam à volta disso. Por isso adorei o filme Alta Fidelidade e outros que retratam o universo dos viciados em música.
A sinopse do livro diz assim:
“Sad music moves us like nothing else, and despite its gloomy nature it also has the curious power to make us happy. In This Will End in Tears: The Miserabilist Guide to Music, author Adam Brent Houghtaling explains why, while offering up a compendium of history's masters of melancholy and the greatest sad songs of all time, featuring artists across genres and through time—from torch songs to country weepers to emo classics. Loaded with recommended playlists and insights into our favorite sob songs, This Will End in Tears is a fascinating immersion into the "miserabilist" genre, a musical marker with increasing resonance.”
Aqui encontram a lista das 100 canções mais tristes de sempre, numa selecção do autor.
A pergunta impõe-se: queridas Senhoras, qual é a vossa música preferida para sofrer?
Querida Céu,
ResponderEliminarés, realmente, a excepção à regra. Tanto eu como a Mariana e a Susana facilmente contaríamos a nossa vida inteirinha através de canções.
Mas para sofrer... bem, entre a Billy Holiday na sua bluest mood e o Tom Waits nas suas darkest hours, podia contar-te tantas histórias ;)
Mas vou eleger uma para responder ao teu repto: I'm still here, do Tom Waits. Ui!
http://www.youtube.com/watch?v=WdsC71hbq00
Beijinhos a todas (bem, e o livro deve ser maravilhoso!)
Para mim esta : With Tomorrow ,dos This Mortail Coil
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=W_7_PbroaSM&feature=youtube_gdata_player
E Céu,como a Marta disse ,podia contar a minha vida inteirinha através de canções ... E sim eu batia com a porta e punha a música em altos berros ou então à noite deitava-me no chão do quarto a ouvir os Doors e a pensar que ninguém me entendia :) belos tempos a sofrer em grande estilo...
Bjs e vou espreitar o livro,sempre quero ver se o I know it's over,dos Smiths está lá,de certeza que sim!!
Susana
Querida Céu,
ResponderEliminarjá tinha respondido, mas só agora vi que a minha resposta não ficou gravada. Adorei o teu post, e a verdade é que, como a Marta disse, a minha vida pode ser representada por músicas.
E aqui aproveita para confessar que muitas vezes oiço música para ficar ainda mais triste do que já estou, ou para ficar mais saudosa, ou para me afogar um pouco mais aquela neura ou estado de melancolia, acho que é a minha faceta de "introvert" que procura na música um refúgio e uma forma de repensar e aprofundar sentimentos, para vive-los de forma intensa... e depois passar para outra, como se diz:)) Isto faz alguma sentido a mais alguém ??
O meu "top"? A maioria das canções dosThe Durutti Column, Sigur Rós, Radiohead, Bon Iver e a banda sonora do Cinema Paraíso. E claro, Tom Waits. Aqui vai uma dos Sigur Rós:
http://www.youtube.com/watch?v=8i9vEBWnu9I
bjs
Mariana
Pensando bem... adoro livros pesados, filmes dramáticos, e sim, música trsite.
ResponderEliminarQuerida Mariana, só agora vi o teu comentário (Senhoras tecnólogas, não dá para recebermos alertas de novos comentários no mail?). Entendo perfeitamente, Mariana, faz todo o sentido. Carregar na ferida, aprofundar a tristeza, curtir a fossa, como não?! beijo grande
ResponderEliminar