Queridas Senhoras,
Fiz a minha primeira corrida de 15 km.
Uau! Fogo! Não foi fácil. Estava bastante nervosa. Segue-se o relato fiel.
O dia anterior
No sábado de manhã fui correr. Fiz um treino mais curto do que o habitual ao fim-de-semana mas decidi correr na mesma, apesar da prova no dia seguinte. Não tinha corrido na sexta e fazia-me impressão estar dois dias parada e depois atacar os 15 km assim a frio. Corri cerca de 6 km.
Por volta da hora de almoço comecei a ficar ansiosa com a chuva e a trovoada que vieram em força. Comecei a fazer cenários sobre correr naquelas condições e a achar que seria de loucos (apesar de normalmente correr à chuva embora não com trovões!).
Passei a tarde calmamente por casa. Jantei frango com massa por causa dos hidratos de carbono. Não prescindi de acompanhar a refeição com um copo de vinho (há limites para as restrições).
Deitei-me cedo e dormi bem, cerca de 8 horas. Durante a noite acordei e, com os nervos, bebi um copo de leite e comi uma bolacha. Não havia de ser por falta de forças que a coisa ia correr mal.
O dia da prova
Antes da prova
Acordo antes das 8 horas. Preparo o meu pequeno-almoço de papas de aveia com mel e canela e meia banana às rodelas. Preparo um delicioso chá preto com maracujá (oferta de umas queridas amigas) que bebo a seguir às papas. Tomo banho para ir bem fresca. Equipo-me e saio de casa com bastante tempo, para uma manhã clara e luminosa. Está um belo dia para correr 15 km, isso não há dúvida.
Chego ao local com cerca de 20 minutos de antecedência. Começo a aquecer. Encontro um senhor que, por coincidência, acompanhou as minhas primeiras corridas, há dois anos e meio, e me deu na altura alguns conselhos úteis que nunca esqueci e continuo a aplicar. Correr com os braços descontraídos, sem tensão, elevar bem os joelhos, manter a respiração regular. Aproveito para lhe agradecer essa orientação inicial que me ajudou a chegar aqui. De resto, o senhor não vai correr hoje. Não encontro mais ninguém conhecido. Estou por minha conta.
A prova
A prova é constituída por uma primeira volta de 5,5 km. Ao fim dessa distância regressamos ao ponto de partida para percorrer a segunda volta, de 9,5 km. Arranco dentro do meu ritmo habitual, não muito acelerado, e procuro desfrutar da manhã clara, da brisa fresca, do ambiente festivo e da possibilidade de correr no meio da estrada.
Essa primeira volta não corre mal mas é bastante dura. Há pelo menos duas subidas, uma das quais bastante íngreme. Quando estou nessa fase, alguém se dirige a mim e pergunta se estou inscrita nos 5,5 km ou nos 15 km. Digo que estou nos 15 km e ele: "ui, está lixada, sabe que tem de passar aqui outra vez?" Obrigadinha opá.
Quando completo a primeira volta estou bastante desmoralizada. Aquele esforço todo e só corri 5,5 km. Não acho que não seja capaz de chegar ao fim mas sinto que não vou aguentar as subidas todas, que terei de andar nalgumas partes, e que irei demorar para aí duas horas. Paciência.
Havia um objectivo meio irreal que era tentar manter a média de 5 km em cada meia hora e acabar a prova em hora e meia. Depois da exigência daquela primeira volta ponho de lado essa miragem
As coisas começam a mudar aos 10 km. De repente, vejo que estou na marca dos 10 km, olho para o relógio e verifico que estou com um pouco menos de uma hora de corrida. Olá! Tu queres ver que é possível? É possível não só acabar isto sem ficar de rastos como conseguir um tempo jeitoso?
As subidas matam-me, é verdade, mas aproveito as descidas para descontrair, ganhar fôlego e imaginar-me orgulhosamente a chegar à meta às 11h30. Nunca paro de correr.
Vejo a marca dos 11 km e lá vou eu, sem abrandar o ritmo. Aí penso "falam 4 km, isso não é nada, é um treino fraquinho para mim, bora lá". Vejo os 12 km, continuo. Aos 13 km começo a sentir uma espécie de agonia. "Acalma-te, isso é psicológico". Apesar do mau-estar, o relógio diz-me que vou conseguir fazer a tal hora e meia. Isto se não tiver que parar para vomitar ou coisa do género.
Ao longo do percurso são distribuídas garrafas de água. Posso ter bebido água a mais, daí a má disposição. Lembro-me vagamente do tal senhor me dizer, antes do início da corrida, por entre a música alta, que devia aproveitar a água para retemperar forças mas não beber muita para não ficar pesada ou inchada. Paciência, agora já está.
Passo a marca dos 14 km, faltam apenas 1000 metros, nada de nada, mas vou um bocado aflita. Nem sequer tento um sprint final para ganhar uns segundos mas suporto o ritmo. Corto a meta e basicamente atiro-me para o chão. Mas depois fico logo bem, acho que o mau-estar se deveu sobretudo à tensão da corrida.
Conclusão
A prova foi violenta! A sério, acho que consegui porque estava num dia bom. As pernas lá foram obedecendo, não sei como naquelas subidas diabólicas. Não desgostei de participar mas não me estou a ver a ficar fã deste tipo de eventos. Para mim correr é um momento individual, de libertação de energia e tensões. Por outro lado, esta foi apenas a segunda prova em que participei (a primeira foram os 9 km do Corre Jamor em 2012) e a dureza deixou-me de pé atrás. Tenho de experimentar uma daquelas corridas para meninos, à beira-mar, com a brisa marítima a refrescar o corpo e a mente.
[...] destes 1500 km. Fiz uma única prova, os 15 km da Corrida do Aqueduto, num tempo que me deixou muito satisfeita (1h25). Mas isso foi só uma corrida, foram só 15 km. O [...]
ResponderEliminar[...] mais empolgante: Ultrapassar a barreira dos 15km (marca psicológica da corrida mais longa que fiz antes desta). Quando passava menos de hora e meia da [...]
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