Um bom thriller liberta endorfinas

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Queridas Senhoras

ontem fui ver o thriller do momento: Gone Girl /Em Parte Incerta de David Fincher, adaptação do livro homónimo de Gillian Flynn (sobre o qual escrevi aqui) que também assina o argumento.

Isto sim, é um regresso ao cinema em condições. Depois de sete meses sem frequentar uma sala de cinema para ver um filme de adultos, foi Woody Allen quem me fez quebrar o jejum. Pela primeira vez sai desiludida de um filme dele. Na semana seguinte acato o conselho de uma amiga e vou ver a comédia francesa Que mal fiz eu a Deus? Que mal fiz eu para seguir conselhos destes…

E eis que, em pulgas para ver o resultado da transposição para o cinema de um livro tão empolgante e cinematográfico, tive realmente direito a uma rentrée como deve ser.

Sem querer desvendar absolutamente nada sobre a história, direi apenas que este é um thriller que nos enche por completo as medidas. Mesmo com a desvantagem de já conhecer o enredo (mas na expectativa de descobrir as diferenças), instalei-me confortavelmente para ser surpreendida, arrebatada, enganada, tudo ao mesmo tempo.

Quem não leu o livro, e gosta do género, tem aqui perto de três horas de puro prazer. Confesso que este é o género de filmes que me dá mais prazer assistir. As comédias podem ser forçadas e constrangedoras, os dramas difíceis e chorões, o terror tolo e despropositado. Mas um thriller eficaz, com tudo no sítio, ainda para mais tendo como pano de fundo o quotidiano, a intimidade (de uma família, de um casamento), que se vai desdobrando em revelações e perturbações, ah!, isso é do melhor que me podem dar. É o género que mais bem representa o lado de evasão do cinema, no sentido em que consigo de facto não pensar em mais nada. Deixo-me apenas envolver naquela trama, saboreando cada twist do enredo.

O paradigma é Hitchcock e sempre será. Mas de vez em quando, muito de vez em quando, aparece um filme tão “psicótico” que até o Mestre aprovaria.

Beijinhos a todas,

Céu

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