As aventuras de Ulisses

A-ODISSEIA-DE-HOMERO

Queridas Senhoras,

estas últimas semanas andei a ler com os miúdos A Odisseia – Aventuras de Ulisses, herói e navegador da Grécia antiga. A adaptação em prosa do poema de Homero é de João de Barros. Tanto quanto me recordo, foi a primeira vez que li uma qualquer versão do mais famoso livro da cultura Ocidental.

Recomendo vivamente. A história é empolgante, a linguagem não é demasiado difícil, os capítulos não são muito extensos, têm o tamanho ideal para ler ao ritmo de um por noite. É claro que o João adormece a meio quase sempre mas não deixa de ir apanhando o essencial. E tudo o que é tragédia ou terror, ele fixa. O ciclope devorador de homens, o monstro das seis cabeças, as sombras (mortos), o cão do Ulisses, Argus, que morre à chegada do dono.

À medida que íamos lendo, íamos notando como esta obra faz parte da nossa linguagem por conter a origem de muitas expressões que hoje usamos. Ora vejam:

Agradar a gregos e troianos – quase sempre usada na negativa, a expressão tem origem na mítica Guerra de Tróia, para onde Ulisses, rei de Ítaca, foi combater, ausentando-se da sua pátria durante 20 anos (10 anos de guerra e outros tantos para o regresso).

Cavalo de Tróia – é uma artimanha, um vírus disfarçado, tal como o cavalo de pau engendrado por Ulisses.

O canto da sereia – usado com o significado de engodo, palavras bonitas mas vãs que pretendem enganar quem as ouve. Ulisses tapou os ouvidos dos seus marinheiros com cera para não escutarem o canto das sereias. E ele próprio foi amarrado ao navio para não sucumbir à tentação.

Calcanhar de Aquiles – o ponto fraco. Herói da guerra de Tróia, Aquiles era considerado invencível, com uma única vulnerabilidade: o calcanhar, por onde a mãe o tinha segurado em bebé ao mergulhá-lo nas águas de um rio mágico.

O castigo de Sísifo – o exemplo do trabalho inútil, em vão, com origem no castigo imposto a Sísifo: empurrar uma pedra gigantesca pela encosta de uma montanha acima, até ao topo, apenas para a ver rolar montanha abaixo.

Trabalho hercúleo – grandes esforços, quase inumanos, dignos de Hércules, a quem era atribuída uma força excepcional.

E por aí fora. Sem esquecer o estratagema de Penélope, tecendo durante o dia e desfazendo à noite o trabalho de cada jornada, garantindo assim que nunca terminaria a peça finda a qual seria obrigada a escolher novo pretendente e a renunciar ao seu amor por Ulisses.

Beijinhos a todas!

Céu

Comentários

  1. [...] começou com As Aventuras de João Sem Medo. Depois disso, já lemos uma versão juvenil do Ulisses, As Aventuras de Thore Isbiorn no País dos Esquimós, A Ilha do Tesouro, A Maravilhosa Viagem de [...]

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