Gente feliz à roda da mesa

Queridas Senhoras,

já tenho nas mãos o livro da Laranjinha, nome pelo qual é conhecida na blogosfera a Isabel Zibaia, uma Senhora da nossa idade muito próxima de nós. Já me baralho no tempo mas penso que vocês, Marta e Mariana, não se chegaram a cruzar com a Isabel. Mas o que nos liga é termos trabalhado todas na mesma empresa, embora não todas juntas.

Conheci a Isabel há cerca de 12 anos. Lembro-me perfeitamente de a ver chegar, com os seus olhos verdes muito vivos e o sorriso radiante. Gostei dela imediatamente. Por tudo e, em especial, pelo entusiasmo e gosto pela vida que ela passa e põe em tudo o que faz. Desde que a conheci, identifiquei-me com ela por causa disso e por causa do gosto pelos livros, pela poesia, pelo cinema, pelas viagens e descobertas. A Isabel entusiasmava-se e contagiava. Fosse com filosofia, poesia ou cozinha. No livro que agora acaba de lançar, parece-me que junta as três coisas.

"Cozinha para Dias Felizes", livremente baseado no blogue Cinco Quartos de Laranja (que mantém desde 2006 e foi este ano eleito o melhor blogue na área de culinária / gastronomia), tem a filosofia de bem viver, a poesia da terra e das memórias de infância, a sabedoria de juntar amigos e família à volta da mesa. Para quê? Para criar momentos de pura felicidade, aqueles instantes mágicos que nos marcam, que ficam para sempre, que nos inspiram e alimentam sonhos.

Para o nome do seu blogue, a Isabel inspirou-se na Joanne Harris. Mas as memórias dela, as vivências dela é que foram fundamentais para o seu percurso, o seu entusiasmo e perseverança.

Num editorial/apresentação que me emocionou conta a Isabelinha (sentem-se os aromas e o bulício):

"Outra das imagens que marcam a minha infância é a festa de preparação do casamento da minha tia Lídia., irmã da minha mãe. Tinha talvez uns cinco anos. E a azáfama era grande. A cozinha encheu-se de limões frescos, ovos, farinha, canela e erva-doce. Na altura, nas aldeias, as festas preparavam-se em casa. Faziam bolos e arroz-doce decorado com canela, para oferecer aos convidados e aos padrinhos. E eu andava por ali. Via e ficava encantada com tudo aquilo. Mas a imagem que recordo é de gente feliz à volta da comida."

A Marta, que já tinha falado comigo sobre este delicioso livro, propôs o seguinte: cozinharmos todas uma receita do livro da Isabel e depois contarmos aqui os resultados. Como vamos a caminho do Inverno, e como "não há nada como um prato de sopa", proponho começarmos por aí. O Creme de couve-flor com queijo de Nisa está a mexer comigo...O que dizem?


Beijinhos a todas,

Céu