Um ano das nossas vidas



Queridas Senhoras,

fez esta semana um ano que comecei a escrever no Senhoras. Não digo que passou depressa, não sinto que tenha passado depressa, especialmente quando revejo tudo o que publicámos ao longo deste ano e obtenho uma espécie de flash colorido das nossas vidas.

Este foi o ano em que conheci (ainda que, apenas, virtualmente) a Susana, minha “contemporânea” no blogue, quando as duas nos juntámos às “veteranas” Marta e Mariana. E mal a conheci, já ela estava a lançar um dos acontecimentos do ano nas Senhoras – o ovo de Colombo chamado Speak Porto que brinca com as diferenças linguísticas entre Lisboa e Porto de uma forma tão engraçada e intuitiva que pôs a nossa Susana a aparecer em tudo o que é revista. Até à TV foi, espalhar charme e elegância à moda do Porto, com sotaque de Cascais. :)

Este foi o ano em que a Mariana, mais uma vez, desafiou as leis da rotina e da previsibilidade e se mudou, de armas, bagagens e quatro filhos, para outro continente. Ecos das aventuras paulistanas desta família de bravos têm-nos chegado regularmente, com a doçura, a coragem e o bom humor que tanta falta nos fazem sempre que a loucura da vida (a sério? quem diria?) afasta, por vezes, a Mariana das nossas conversas.

Este foi o ano em que a Marta não parou de se desafiar a si própria. Recrutou mais duas Senhoras para este blogue; assumiu funções de maior responsabilidade no portal onde era colaboradora, o que se traduziu numa nova visibilidade e frescura; foi a Madrid conhecer a equipa por trás desse projecto (e trouxe de lá uma crónica madrilena); por fim, imaginou, concebeu e desenvolveu, de raiz, seu próprio projecto, a Costureira de Palavras. Sob uma quietude aparente, com ela dizia uma vez, a Marta mexeu este mundo e o outro, desdobrou-se em contactos, convidou gente que admira, estabeleceu parcerias, deu ao nosso blogue este ar fresco e novo que se vê.

Quanto a mim, este foi o ano em que comecei a escrever sobre sentimentos e memórias. Se não fosse por mais nada (mas é muito o que tenho a agradecer à Marta), bastava o telefonema da minha querida prima Nela, da Guarda, depois te ter lido o post que escrevi sobre a nossa ida à aldeia este Verão. Ela liga-me, emocionada, só para dizer que gosta muito de mim (quem é que faz isto?) e diz-me qualquer coisa como “tu não dizes muito por isso escreves.” Na realidade, eu não sabia que era capaz de vir para aqui contar coisas dos meus avôs e como, hoje mesmo, ao ler o post da Marta, sobre o seu avô Filipe e a sua caligrafia “compacta, inclinada para a direita”, tive uma visão muito distinta da minha avô Gusta a escrever qualquer coisa num papel, na mesa da cozinha da casa dela, a esferográfica azul, a letra tão bem desenhada. (Terão sobrado papéis escritos por ela? Queria ver de novo a sua caligrafia.)
Este foi também o ano em que ganhei um novo cargo: tia Céu! É uma aventura que só agora está a começar, com o primo-mano D. Gustavo Gustavinho.
 E, claro, este foi o ano, em que a Marta teve a epifania de nos inscrever no curso de poesia. Sobre isso, caras Senhoras, não vos maço mais pois devem estar fartinhas de me ouvir.

Um ano das nossas vidas, repleto de dias úteis e alguns dias raros.



Abraço a todas,

Céu


Comentários

  1. Minha querida Céu, que maravilha de passeio por este nosso ano. Muitos parabéns então às duas caloiras do Senhoras e muitos, mas muitos e muitos anos de vida a este nosso passeio a quatro.

    Beijinhos,

    Marta

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  2. Sinto-me a caloira que andou a faltar às aulas no primeiro ano do curso...
    bjs
    Susana

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