Queridas senhoras,
fecha-se um ciclo importante: esta semana chegou ao fim o ModPo, o curso de poesia que a Marta e eu, por iniciativa e generosidade dela, andámos a tirar desde o início de Setembro. Já aqui falámos bastante do assunto, não me quero repetir. Mas deixem-me voltar ao tema uma última vez (quer dizer, não prometo que seja a última porque suspeito que irá haver repercussões...) para partilhar as palavras finais do prof. Al Filreis, na última aula ao vivo, esta segunda-feira.
Para nós, alunos, foram 10 semanas muito intensas; para mim foi uma experiência radical, um regresso inesperado à universidade, uma fonte de aprendizagem e estímulo para novas leituras e novas aventuras. Mas para o prof. Al, e para toda a equipa que pôs o curso a funcionar sem falhas (para 35.000 pessoas de vários países, em constante contacto, troca de informação e partilha de ideias), foram meses de preparação. (E da parte de Al Filreis, uma vida inteira dedicada à poesia, ao ensino e ao desenvolvimento de novas pedagogias, nomeadamente com recurso às novas tecnologias.)
Ao longo das 10 semanas, a entrega foi tal que nesta última aula fala-se de tudo: quem teve bebés durante o curso e partilhou o seu nascimento; quem estava a passar por momentos difíceis, a cuidar de parentes doentes, ou perdeu entes queridos; pessoas com doenças graves, impossibilitadas de frequentar a universidade; pessoas que sofrem de autismo, com dificuldades sérias de interacção e contacto interpessoal; pessoas sozinhas, desorientadas, a viver em países em crise profunda. Para todos, o prof. Al teve sempre uma palavra de incentivo e de apoio.
Transcrevo aqui o que ele escreveu em resposta à pergunta de um estudante sobre como se sentia em relação ao final do curso. Podem também ouvi-lo a ler este excerto no vídeo da aula final, a partir de 1h36m.
Meantime, let me just say that on Tuesday I will suddenly have more time on my hands, and I will feel utterly bereft, and will begin to miss all my new ModPo friends (there are MANY of those). But fortunately, the next day begins a journey to my parents' home - they are still in the home where I grew up - where all my family will converge to celebrate not just American Thanksgiving but also my parents' 60th wedding anniversary. That will keep me focused through the following Sunday. The shift of attention will be good, because otherwise I think I would be very low without our ModPo. We'll see how I handle the following week.
This has been an immersion experience. It feels like the time I went away to camp for the first time. It feels like what I feel when I read and really ponder Ashbery's line in "Some Trees" (great poem): "we are surrounded." It feels like the moment when I learned how to ride a bike and just took off, not knowing quite how to stop, nor what I was pedaling toward. It feels like arriving in a new country where no one speaks my language and I begin to appreciate the disorienting pleasure of adjustment; at first I'm thinking in my original language all the time, and want to go home, but by the end of the trip I think I've found a new country.
http://www.youtube.com/watch?v=os6lyRSSYlU&feature=plcp
Beijinhos a todas,
Céu
Querida Céu, ainda bem que gostaste assim tanto! Estas são as prendas que sabe melhor oferecer, quando acertamos mesmo na mouche :) A minha assiduidade no último mês foi, bem, vergonhosa, mas isso não invalida que tenho sido uma experiência muito, muito positiva. Calhou numa altura um bocadinho atravancada... :)
ResponderEliminarBeijinhos!
Marta