A outra vantagem da marmita

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Queridas Senhoras,

aderi com muita facilidade à moda da marmita (a gente chama-lhe moda como se tivéssemos realmente disponibilidade financeira para largar todos os dias 6, 7 ou 8 euros no restaurante e só fizéssemos isto porque é uma das últimas manias urbanas).

Logo à partida porque o desperdício sempre me fez muita confusão e a marmita é excelente para aproveitar sobras. Como felizmente sou de boa boca, misturo praticamente tudo com tudo, não há resto de coisa nenhuma que não vá parar ao meu tupperware. Nada de muito complicado ou sofisticado, é claro. Pois se nem para as refeições de casa elaboro muito, não será para confeccionar marmitas gourmet que me sobra tempo. Vai daí que a coisa compõe-se com o que há à mão. Hoje, por exemplo, uma receita improvisada que o meu maridinho não comeria nem que lhe pagassem (muito bem): arroz com beringela salteada, beterraba ralada, tomate, polvilhado com coentros frescos e umas gotas de sumo de limão espremido ao momento (o truque dos pratos gourmet não são bem os ingredientes, é a descrição ocupar pelo menos duas linhas).

Para mim, as vantagens evidentes da marmita são a poupança, o aproveitamento das sobras, uma alimentação mais equilibrada e frugal e mais tempo livre à hora de almoço (passear em vez de estar à espera em snacks duvidosos com pratos gordurosos).

Mas a outra vantagem é que, com o dinheiro que poupo, posso fazer um pequeno festim lá em casa. Ora façam as contas comigo: se eu comesse fora seriam pelo menos 5 euros por dia, 20 ao final da semana. Ontem, feriado, com esses mesmos 20 euros, fomos ao restaurante lá da rua, caseirinho que dá gosto (e a cozinheira chama-se D. Alice), encomendar duas doses de sardinhas para o almoço. Como o prato do dia era arroz de polvo (um luxo, um luxo esta comidinha de tacho da D. Alice), tratámos de aviar também uma dose para o jantar. Preço final do almoço e jantar para 4 pessoas (três e meia, vá, porque o João é mais pela companhia): 20 euros!


Beijinhos a todas e bom fim-de-semana,

Céu