Chá e cigarros

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- Foto: Lauren Bacall

Queridas Senhoras,

o assunto sobre o qual quero escrever hoje deve ser dos mais batidos das internets, dos youtubes, dos tedXs. Sem grande critério, escrevi no Google “o poder do hábito”, fui parar aqui mas deve haver centenas de artigos, livros, vídeos semelhantes.

Mesmo sem conhecer a fundo a teoria subjacente, o poder do hábito é uma coisa que instintivamente entendo bem. Gosto de hábitos e tento jogar isso a meu favor. Livrar-me dos maus e praticar os bons. Há mil histórias de gente obesa, fumadora, que começou a correr, mudou de vida e passado uns tempos já estava a correr a maratona.

Aviso já que não me candidato a isso. Tenho horários complicados e de maneira nenhuma consigo arranjar cinco ou seis horas livres. Já duas ou três é diferente, é o tempo de ir ao cinema, isso arranja-se, é por isso que quero correr a Meia Maratona de Lisboa.

Que se muda de hábitos sei bem. Que muitas vezes é depois de termos filhos que nos empenhamos em adquirir novas e melhores rotinas é um facto também, muito bem explicado pelo André aqui.

Antes de ter filhos achava complicado arranjar tempo para ir ao ginásio com o jantar para fazer (bah!). Depois de ter a Alice comecei a fazer yoga duas vezes por semana, sem falha. Aos 37 anos, com dois filhos, comecei a correr. Hoje, ainda não sei bem como, juro, estou a correr 30 km por semana.

Vem tudo isto a propósito de deixar de fumar (ainda não deixei completamente, só reduzi e julgo que vou continuar a reservar a possibilidade de fumar 1 ou 2 por dia). Uma dificuldade imediata, a principal para mim, é contornar os momentos em que fumava um cigarro. Tinha esse hábito entranhado, mais do que o vício, o gesto. É essencial, portanto, arranjar um substituto. Comecei a beber chá.

Parece que inconscientemente já vinha a preparar esta transição (do tabaco para o chá, são folhas à mesma!) há algum tempo. Durante anos não liguei nada ao chá. Há um ano ou dois comecei a beber e agora tornou-se o meu novo vício. Um ritual por outro. O gesto, o aroma, o vapor. Sei que para quem não fuma e gosta de chá, a comparação deve ser absurda. Mas…Freud, se calhar, explica!

Beijinhos a todas, boa semana,

Céu

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