Queridas Senhoras,
o artigo de Pacheco Pereira no Público de hoje, Somos aquilo que juntamos, sobre as leituras, recortes e arquivos de imprensa, motivou-me a elaborar uma lista das minhas próprias preferências. Não deixem de ler o artigo, que é muito interessante e curioso, com algumas pérolas das quais destaco as referências ao jornal Sol “com os artigos mais absurdos da imprensa portuguesa”, aos textos escritos por quarentões para atrair os "jovens" e ao abundante noticiário “cultural” sobre “criadores”.
Curiosamente, os artigos semanais de Pacheco Pereira não estão entre as minhas leituras habituais, mas sim esporádicas. Gosto muito do que ele escreve, sobretudo quando não se trata de política pura e partidária, pelo que nem sempre o acompanho. Em geral, prefiro textos de carácter sociológico, filosófico, literário, cultural, em detrimento de política, economia, finanças e, vade retro, empreendedorismo. Sim, nunca irei longe, eu sei.
Vamos à lista, não exaustiva, mas do que me ocorre.
O que leio sempre
António Guerreiro, crónica semanal no suplemento Ípsilon do Público. Pela abordagem teórica e filosófica de variadas questões de ordem cultural, social, política, etc. Não conheço outros textos do género na imprensa portuguesa.
João Bonifácio, artigos e entrevistas sobre música no Ípsilon, mesmo que sejam sobre bandas que não conheço (ou seja, todos). Só pelo gozo de ler aquela prosa divertida, irónica, sensível.
Isabel Lucas, artigos sobre livros e entrevistas a escritores no Ípsilon. Por vontade de conhecer, saber mais, encontrar pistas de leitura e cruzar referências.
Pedro Mexia, crónica semanal e crítica literária na revista do Expresso. É o cronista que sigo desde sempre, arrisco-me a dizer que nunca falhei um texto.
Ricardo Araújo Pereira, crónica semanal na revista Visão. Dispensa justificações.
Joel Neto, crónica de domingo no DN sobre A Vida no Campo. Uma página de puro deleite sobre o quotidiano do autor (paginada ao lado de uma rubrica que não leio sempre mas que é também muito interessante – Amor Moderno.)
Ferreira Fernandes, crónica semanal na revista Notícias Magazine e crónicas diárias no DN. Pela prosa inteligente, bonita, elegante, emotiva, pelos temas por vezes inesperados.
Paulo Farinha, crónica semanal na Notícias Magazine sobre casais e relações familiares. Por serem um espelho da nossa vida diária.
O que leio quase sempre
Miguel Esteves Cardoso, crónica diária no Público. Já não leio religiosamente todos os textos como nos anos 90 mas continuo a prestar-lhe tributo. É o maior, foi o mestre de todos.
Clara Ferreira Alves, crónica semanal na revista do Expresso. Sou fã do estilo incisivo, “vai tudo à frente”, pessimista, catastrófico, deprimido, lúcido e veloz da nossa Clara.
Luís Pedro Nunes, crónica semanal Há Homem da revista do Expresso. Comecei a ler por curiosidade uma ou outra, até que me habituei ao estilo um tanto desabrido e aos temas prá-frentex.
Fernanda Câncio, crónica no DN, pela abordagem que faz falta nos jornais das questões feministas e de género. (Agora reparo que a minha lista tem poucas mulheres. Porque será?)
João Lopes, crítica de TV no suplemento da revista Evasões. A única opinião que leio sobre TV, com abordagens curiosas sobre um assunto em geral desinteressante.
O que deixei de ler
Alberto Gonçalves, crónica semanal na revista Sábado. Não há pachorra.
José António Saraiva, crónica semanal no jornal Sol. Já nem para rir serve.
Suplemento Dinheiro Vivo do DN. Poupem-me.
E as vossas leituras, o que recomendam?
Beijinhos a todas,
Céu
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