Queridas
Senhoras,
resolvi falar-vos
destes dois livros no mesmo post porque, cada um à sua maneira, foi
desconcertante para mim e notei que estava com dificuldades em alinhavar um
discurso sobre qualquer um deles.
Trouxe da
biblioteca Pan de Knut Hamsun (1859-1952) porque tinha a impressão de estar
constantemente a deparar com referências a este escritor norueguês, prémio
Nobel da Literatura em 1920, considerado um dos autores que mais influenciou
vários autores importantes do século XX.
Aquilo com
que mais facilmente me consegui relacionar ao longo da leitura de Pan foi com a
permanente exaltação da Natureza. O livro relata as memórias do Tenente Glahn
de um Verão nórdico, passado no bosque, vivendo numa cabana isolada, tendo por
companhia apenas um cão, Esopo, e subsistindo através da caça, da pesca e da
recolha de frutos.
Embora tenha certa convivência com pessoas da aldeia, e em particular com Edwarda, uma jovem com quem vai desenvolver uma estranha amizade pontuada por absurdos arrufos de namorados, grande parte da narrativa descreve os sentimentos e emoções de Glahn face aos dias e noites, às árvores e aos animais, aos ruídos da mata, ao vento e à chuva. Da mais súbita e inexplicável alegria à mais sombria solidão, os estados de alma sucedem-se ao ritmo da sucessão dos longos dias de Verão, do êxtase da contemplação, dos mistérios da floresta, do afastamento ou aproximação a Edwarda e a outras raparigas da aldeia.
Embora tenha certa convivência com pessoas da aldeia, e em particular com Edwarda, uma jovem com quem vai desenvolver uma estranha amizade pontuada por absurdos arrufos de namorados, grande parte da narrativa descreve os sentimentos e emoções de Glahn face aos dias e noites, às árvores e aos animais, aos ruídos da mata, ao vento e à chuva. Da mais súbita e inexplicável alegria à mais sombria solidão, os estados de alma sucedem-se ao ritmo da sucessão dos longos dias de Verão, do êxtase da contemplação, dos mistérios da floresta, do afastamento ou aproximação a Edwarda e a outras raparigas da aldeia.
Não tenho um
veredicto final mas é um livro com o qual não consegui criar empatia, não me
despertou grandes emoções. Em seguida li a última obra de Gonçalo M. Tavares e
tive um pouco a mesma sensação, de falta de proximidade.
A Mulher Sem-Cabeça e o Homem do Mau-Olhado inaugura a série “Mitologias”
de GMT, autor conhecido por publicar neste formato de séries, ou seja, vários
volumes respeitantes ao mesmo tema ou universo.
A principal referência, aquilo com que consegui estabelecer identificação e
aproximação, é o universo das lendas, que sempre me atraiu. Lembro-me de ler,
desde cedo, uma colecção chamada, salvo erro, Lendas de Portugal, uma
recolha de narrativas fantásticas oriundas de várias regiões do país. Desses contos ficaram-me
várias histórias e personagens, mitos populares, feitiços, assombrações, medos.
O facto de não estar familiarizada com a obra da GMT contribuiu, talvez,
para a perplexidade que senti ao ler o livro, algo do género: “mas o que é que
ele quer com isto?”. Declaro-me, pois, incompetente para avançar mais ou
esboçar qualquer abordagem teórica mas convido-vos a ler esta opinião bastante
mais informada.
Beijinhos a todas!
Céu
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