Queridas Senhoras,
longe de mim querer gozar ou ridicularizar o discurso da parentalidade positiva. Não posso dizer que seja uma fiel seguidora dos preceitos enunciados. Mas é verdade que tenho estado mais atenta a essas temáticas sobretudo desde que retomei o contacto com a minha amiga Catarina, que me apresentou, por exemplo, o Mum’s The Boss.
Também a minha irmã segue alguns desses blogues (outro exemplo é o Mama Mia) e por vezes discutimos algumas das sugestões e orientações que lá vêm. Quase sempre nos fazem sorrir. Não é por mal, a sério. Claro que o problema somos nós. Estamos cheios de maus vícios. Lembro-me de um exemplo recente do Mama Mia que preconizava qualquer coisa do género: não se obriga uma criança a vestir um agasalho porque está frio (achamos nós); sugere-se, delicadamente, que talvez seja boa ideia levar um casaco para o caso da criança vir a sentir a necessidade de o vestir.
Ontem, depois de termos vindo de uma festa de aniversário muito divertida, com várias crianças bastante pequenas (incluindo o primo Gusta, um desafio vivo e permanente ao espírito mais arreigado de parentalidade positiva), resolvi brincar um pouco, à mesa do jantar, aos pais conscientes e tudo o mais.
“A SOPA ESTÁ HORRÍVEL! NÃO QUERO!”
“Meus queridos filhos, apesar de a sopa não estar inteiramente do vosso agrado, a mãe fica contente por fazerem um esforço para a comer. Fico muito satisfeita por perceberem que a sopa é importante para a vossa alimentação.”
[espanto…sorrisos…risos…]
“Mãe, porque é que estás a falar assim?”
“Porque eu sou uma mãe compreensiva, alerta e consciente. Vamos experimentar falar todos assim?”
[A Alice achou piada e refez o comentário inicial]
“Sabes, mãe, considero que esta sopa está pouco saborosa e preferia não ter de a comer.”
E foi um pagode o resto o jantar, confesso.
Mas não foi só paródia. Pela caricatura, pelo exagero, também se chega lá. E se calhar pode ser preferível, quando estamos prestes a atingir um ponto de irritação, “brincar” aos papás, às mamãs e aos filhos positivos, ao invés de enveredar pela gritaria e pelo disparate.
Não que a gente alguma vez grite. Por acaso isso resolve alguma coisa? ;)
Beijinhos a todas,
Céu
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