Queridas Senhoras,
já disse aqui que a música não tem, na minha vida, a importância que tem na vossa. Quando comecei a escrever no blogue, procurava associar uma canção a cada post (para seguir o modelo que tinham adoptado). Isso nem sempre era fácil para mim mas no primeiro post lembro-me claramente de ter escolhido um tema do Jorge Palma, uma presença constante desde que me lembro.
Hoje às 21 horas vou estar no CCB a assistir ao concerto que celebra os 25 anos do álbum O Bairro do Amor.
Onde é que vocês estavam em 1989? Eu tinha 15 anos e estava no auge da adolescência! Estava a começar a melhor fase no Liceu, os anos terminais em que iria conhecer dois dos professores mais importantes da minha formação e aprofundar as duas melhores disciplinas de sempre – Português e Filosofia.
(Cada vez que penso nisso, menos entendo o que me levou a afastar-me do território da linguagem. Porquê, porquê?)
1989, ano que Jorge Palma lançava um álbum que iria entrar na história da música portuguesa. Um conjunto de canções que haveriam de tornar-se hinos perfeitos da melancolia que todos precisamos na adolescência e juventude. Palavras, pedaços de frases que nos descreviam (descrevem) tão bem. Sempre num limbo, num perigo iminente de desintegração. Mas com a segurança, afinal, de ser só a letra de uma canção.
Põe-me o braço no ombro / Eu preciso de alguém / Dou-me com toda a gente / Não me dou a ninguém
A vertigem das primeiras saídas
O vinho não era bom / A banda não tinha tom / Mas tu fizeste a noite apetecer
Aquela música que ao primeiro acorde nos faz sentir um milhão de coisas
Só por existir / Só por duvidar
A ternura e a tristeza juntas sabem sempre melhor
No bairro do amor a vida corre sempre igual / De café em café, de bar em bar / No bairro do amor o Sol parece maior / E há ondas de ternura em cada olhar
A esperança, a salvação, o amor redentor
O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão / O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção / Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós / Meu amor, o tempo somos nós
Hoje vou celebrar o Amor!
Beijinhos a todas,
Céu
Ah, 1989! O ano do primeiro concerto dos Cure em Portugal, foi uma emoção transbordante! Eu tinha 16 anos, foi um ano de mudanças profundas na minha vida, por via das mudanças profundas em que a minha família sempre foi pródiga. Não foi fácil, mas, em contrapartida, encontrei o meu primeiro grande amor e vivia completamente nas nuvens (sempre, sempre com os Cure em fundo!)
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