Minha querida amiga,
tinha pensado em sugerir-te uma escapadinha a um sítio que descobri recentemente, mas eis que saiu a notícia do prémio Nobel da literatura para Mario Vargas Llosa e já não consegui pensar em mais nada. O Nobel da literatura entusiasma-me infantilmente, é uma espécie de Natal, e agora que abri o presente tenho que saboreá-lo - e partilhá-lo.
Então hoje quero sugerir-te uma escapadinha literária, a bordo de um livro de Llosa que li há uns (poucos) anos, já estava em Coimbra: «O Paraíso na Outra Esquina». Já leste?
Não é exactamente ficção, trata-se da história da vida de uma avó e um neto que não se conheceram e que tiveram percursos diametralmente opostos, embora na mesma direcção. Flora Tristan acredita que o paraíso é uma sociedade igualitária hiper-organizada e dedica-se à luta pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores, num início de séc. XIX em França, em que nem sequer os conceitos desses direitos existiam (não só em França, claro, basta pensar que Flora foi contemporânea de Charles Dickens). Já Paul Gaughin, o seu neto, persegue o paraíso a pintar, procurando regressar às origens, libertar-se do lastro civilizacional e abraçar o modo de vida ancestral dos ilhéus da Polinésia Francesa.
No limite, nenhum dos dois chegou lá - o paraíso parece estar sempre na outra esquina... Mas sacrificaram-se enormemente a tentar e talvez esteja precisamente aí o segredo, tal como foi tão lucidamente imortalizado por Mahatma Ghandi (contemporâneo de Gaughin): "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho".
Bons caminhos, Mariana.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=potXwnUGQMc?wmode=transparent]
tinha pensado em sugerir-te uma escapadinha a um sítio que descobri recentemente, mas eis que saiu a notícia do prémio Nobel da literatura para Mario Vargas Llosa e já não consegui pensar em mais nada. O Nobel da literatura entusiasma-me infantilmente, é uma espécie de Natal, e agora que abri o presente tenho que saboreá-lo - e partilhá-lo.
Então hoje quero sugerir-te uma escapadinha literária, a bordo de um livro de Llosa que li há uns (poucos) anos, já estava em Coimbra: «O Paraíso na Outra Esquina». Já leste?
Não é exactamente ficção, trata-se da história da vida de uma avó e um neto que não se conheceram e que tiveram percursos diametralmente opostos, embora na mesma direcção. Flora Tristan acredita que o paraíso é uma sociedade igualitária hiper-organizada e dedica-se à luta pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores, num início de séc. XIX em França, em que nem sequer os conceitos desses direitos existiam (não só em França, claro, basta pensar que Flora foi contemporânea de Charles Dickens). Já Paul Gaughin, o seu neto, persegue o paraíso a pintar, procurando regressar às origens, libertar-se do lastro civilizacional e abraçar o modo de vida ancestral dos ilhéus da Polinésia Francesa.
No limite, nenhum dos dois chegou lá - o paraíso parece estar sempre na outra esquina... Mas sacrificaram-se enormemente a tentar e talvez esteja precisamente aí o segredo, tal como foi tão lucidamente imortalizado por Mahatma Ghandi (contemporâneo de Gaughin): "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho".
Bons caminhos, Mariana.
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[...] Kittredge… There’s no place… Dividimos Sophia? Nem que eu leve… Share the [...]
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