Hoje estou no Chile, com o coração e com a razão.
Os psicólogos e psiquiatras estão atentos a “uma experiência que nunca foi vivida por ninguém" mas eu estou atenta àquilo que, nesta experiência, evoca experiências que já foram vividas por toda a gente. Quando há qualquer coisa na estrutura de uma vida que cede e tudo desaba. Quando se instala a escuridão e o medo. Quando se oscila entre a esperança e o desalento. E quando, de repente, se abre uma fresta por onde a luz escorre e tudo acaba bem.
Há qualquer coisa de voyeuse em mim (eu prefiro chamar-lhe qualquer coisa de escritora em mim) que se esforça por ver através dos olhos dos mineiros resgatados do fundo do pesadelo em que viveram mergulhados nos últimos meses. Por olhar para a vida como quem não a via há meses e terá, muito certamente, ao longo desses meses, temido não voltar a vê-la. Por olhar para um rosto amado como quem folheia um álbum de fotografias e redescobre sorrisos e gestos que não compreende como pôde alguma vez ter esquecido.
Tudo está bem quando acaba bem. Uma mensagem que nunca é demais repetir - estamos em outubro, mês de prevenção do cancro da mama, e às senhoras da nossa idade e de todas as outras eu lembro que até este pesadelo de doença pode acabar bem. Está nas vossas mãos.
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Hoje deste cabo de mim!
ResponderEliminarNão fui eu, foi o Tom Waits. He does it to me everytime.
ResponderEliminarTu a escrever, o Tom a cantar - que dupla!
ResponderEliminarHoje estamos todos no Chile,a televisão ligada na BBC,todo o tempo em que estive em casa,as imagens a repetirem-se,mais um são e salvo e quando saio ,dizem na rádio -já foram resgatados 10-,11 digo eu alto, já foram 11,não viram na televisão ?!
ResponderEliminar:) Emoções fortes - mas das boas, para variar. Ainda bem que o mundo está todo a seguir o Chile em directo, isto há-de fazer algum bem ao mundo, seja lá de que forma for!
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