Queridas Senhoras,
pode o urbanismo ser tema de um filme infantil? O Tigre Azul (República Checa, 2012), hoje exibido no Festival Play (repete no próximo dia 8) não se dirige propriamente a crianças muito pequenas (no festival vem programado para a faixa etária dos 10 aos 13 anos) mas para maiores de 6 será perfeitamente adequado.
O presidente da câmara de uma pequena cidade tem um projecto urbanístico visionário que passa por arrasar todas as zonas velhas da localidade e substitui-las por edifícios enormes, cheios de aço e vidro. É a sua ideia de “cidade moderna e funcional” onde os “sítios escuros e perigosos” desaparecem dando lugar a uma transparência admirável. (Não escapa a ironia de que a segurança dos cidadãos é o pretexto apresentado para esta transformação.)
Para o lugar do velho Jardim Botânico está previsto um vistoso “amusement park”, pois claro (certamente a Kidzania lá do sítio). Ora este reduto de plantas tropicais no coração da cidade é habitado por duas crianças, e respectivas famílias monoparentais, a mãe da menina e o pai do menino, que tomam contam do local e sempre aqui viveram. Impedir que este património seja destruído é a missão dos dois amigos.
Com a ajuda de um misterioso tigre azul saído da poderosa imaginação daqueles meninos livres de convenções (o filme é bastante politicamente incorrecto, a mãe da miúda aparece sempre a fumar e o miúdo bebe apenas um gole de chá ao pequeno-almoço), o jardim irá florescer, o presidente será desmascarado e, se tudo correr bem, a fonte monumental projectada para a principal rotunda lá do sítio, nunca chegará a ser erguida.
No próximo fim-de-semana: filmes ao piano na Cinemateca Júnior.
Beijinhos a todas,
Céu
[...] edição deste ano, vimos, no fim-de-semana anterior, O Tigre Azul, da República Checa. Hoje tivemos o privilégio de assistir, na belíssima sala da Cinemateca [...]
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