Febre de segunda a sexta à noite

Les Hommes de l'Ombre episode2

Queridas Senhoras,

depois de Borgen, de que falámos aqui, as noites de segunda a sexta no canal dois continuam animadas. Presentemente passa a série francesa Os Influentes que também aborda as relações entre a política e os media, à mistura com os inevitáveis dramas pessoais.

Entre estas duas não deixámos escapar Príncipe, de origem espanhola. Menos sofisticada que as anteriores, por assim dizer, não deixou de proporcionar três ou quatro semanas de serões empolgantes. Se os amores entre o inspector Morey e a professora Fátima não me convenceram (demasiado perfeitos ambos: ele saído de um anúncio da Hugo Boss, ela mais bonita do que devia ser permitido), fiquei com saudades de Fran, o chefe da polícia, e em pulgas pela segunda temporada. Será que Fátima vai mesmo casar com o malvado Khaled, que os últimos episódios revelaram ser o chefe da célula terrorista de El Príncipe, Ceuta?

A passagem para Os Influentes foi brusca. Depois dos ares frescos e salgados do Norte de África, entramos de chofre nos meandros da política francesa num momento de choque: o presidente é assassinado. Quem nos facilita a entrada neste universo é Simon Kapita, um expert em comunicação e assessoria de imprensa que era também amigo pessoal do presidente. Para impedir a ascensão de um primeiro-ministro com poucos escrúpulos, Simon recusa um cargo na ONU e fica em Paris para montar a campanha da candidata que escolheu para defrontar Deleuvre. Ela é Anne Visage, a discreta secretária de estado dos assuntos sociais que era também, afinal, amante de Pierre, o malogrado presidente francês.

Que tal esta trama? É bom mas não é tudo. Falta mencionar uma personagem fundamental, Ludovic, que está do outro lado da barricada a orquestrar a campanha do primeiro-ministro Deleuvre. Discípulo de Simon, Ludovic não olha a meios para atingir os objectivos. E nesta luta pelo poder e pela supremacia vai tentar tudo para ultrapassar o seu antigo mestre.

Os Influentes têm vários traços em comum com Borgen mas quanto a mim falta-lhe um je ne sais quoi que a série dinamarquesa tinha e aqui não vejo. Acho que tem a ver com as próprias personagens, a maneira como falam, os ambientes em que se movem. Borgen era extraordinariamente humana, quotidiana, próxima. Penso que foi isso que fez da série um fenómeno. Tanto que vai ser reposta, já a partir de 15 de Março.

Beijinhos a todas,

Céu

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