Queridas Senhoras,
neste Natal viajei até à Madeira dos narcisos, dos rododendros, das íris azuis, das camélias, das azáleas, das rosas. Comi pão escuro, ainda quente, com manteiga e queijo, e bebi café, muito café. Soltei os cabelos e vesti um par de calças de ganga e uma blusa larga e confortável. Intriguei-me e apaixonei-me.
E depois ainda fui a Londres, onde não tinha o que comer mas sonhava com braçadas de junquilhos. Encontrei abrigo num sótão confortável e preparei-me para um papel duro numa peça de teatro, transformando-me, gradualmente, na personagem. Flores, perfume, livros, toda eu me tornei nela. E apaixonei-me pelo actor (ou pelo personagem?) que partilhava o palco comigo. Passeámos à chuva e abrigámo-nos em museus, os meus santuários de conforto. E sofremos. Ele chamava-se Tom, chamam-se quase sempre Tom.
Foram dois regressos ao universo de Ana Teresa Pereira, uma escritora de quem nada (ou quase nada) sabemos, a não ser que é da Madeira, estudou botânica e começou por escrever policiais. Pelos seus livros eu poderia arriscar a construção do seu perfil, e poderia enganar-me redondamente, mas ainda assim acarinho esta sensação de intimidade com alguém que não se deixa conhecer.
Obrigada, Céu, foi uma surpresa muito boa, passei a tarde de 25 enroscada no sofá, a ler e a viajar.
Beijinhos grandes
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