Voltar com os filhos ao sítio onde fomos felizes

Queridas Senhoras,

é verdade que a Feira Popular que reabriu para o Natal está um bocado “manhosa”, como acabei de ler no facebook. Se não tivesse crianças, não havia, provavelmente, nostalgia que me levasse a pôr lá os pés. Até porque o terreno está uma miséria, cheio de pedras e desníveis.

Mas quem resiste a levar os filhos a um local tão emblemático da nossa infância? Se não tivesse filhos, não esperava em filas, não levava encontrões, não me punha a disputar carrinhos com outros pais. (E ontem passei sete horas na Kidzania. Acho que nunca estive sete horas seguidas em lado nenhum.)

O que é que a gente não faz para ver um sorriso destes na cara dos filhos?



Mas no caso da Feira Popular, à euforia natural dos miúdos por estarem num sítio cheio de carrosséis, carrinhos de choque e casa fantasma, junta-se o simbolismo de estarmos com eles no local mágico onde nós próprios fomos crianças, onde nos lembramos de ser crianças porque essa memória ficou gravada para sempre.

No tempo em que não havia Kidzanias, em que ninguém ia à Disneylândia, os dois grandes divertimentos eram o Jardim Zoológico e a Feira Popular. Mas era por esta que mais ansiávamos. Uma ida à feira era um acontecimento único. Ia-se lá uma vez por Verão, no máximo. Andava-se em três ou quatro coisas e ficava-se com vontade de mais. Que guardávamos para a próxima vez, daí a um ano.

A Feira pode estar manhosa, sim, mas o que eu sei é que andei no carrossel com os miúdos e adorei, fiz figuras na casa dos espelhos e vibrei com os sustos que eles apanharam na casa fantasma.

No final estive meia-hora na fila do pão com chouriço, já não sei se por eles, se por mim.

Boa semana, beijinhos a todas,

Céu