Queridas Senhoras,
a sucinta nota biográfica que o convidado de hoje nos fez chegar reza assim: «Zeferino Antas de Sousa Coelho nasceu em Paredes em 1945. Fez os estudos liceais em Guimarães e depois matriculou-se na Universidade do Porto, em cuja Faculdade de Letras se licenciou em Filosofia. Em 1969 começou a trabalhar numa editora, a Editorial Inova, onde se manteve até ao final do ano de 1971. Entrou para a Editorial Caminho no início de 1977, onde se mantém até hoje.» Os mais incautos, ou os mais jovens, poderão não se dar conta de que Zeferino Coelho foi o primeiro editor do nosso Nobel da Literatura, José Saramago. Em 2014 celebrou 45 de carreira editorial e foi homenageado na Feira do Livro de Lisboa, onde recebeu a medalha de mérito de cidade. Além de Saramago, editou variadíssimos autores, entre os quais Alice Vieira, Isabel Alçada, Mia Couto, Gonçalo M. Tavares, Ondjaki, Luandino Vieira, entre muitos outros.
1. O que está a ler neste momento?
Neste momento estou a reler, porque o livro é tão rico que nos empurra para uma segunda leitura, um romance que estou agora mesmo a publicar, de Joana Bértholo, com o título Ecologia. Acho que estou a gostar ainda mais do que na primeira leitura.
Antes do livro da Joana Bértholo li, do Germano Almeida, que acaba de ganhar o Prémio Camões, um novo romance que está agora mesmo a seguir para as livrarias. Trata-se de O Fiel Defunto. A seguir vou ler o mais recente livro da Lídia Jorge, Estuário.
Em casa do meu avô, com quem eu vivia, existia apenas um livro: uma edição de Os Lusíadas em grande formato, ilustrado com desenhos ao estilo de Gustavo Doré (se é que não eram mesmo dele, não me lembro). Lembro-me de estar sentado à mesa com o livro aberto diante de mim, lendo um verso depois de outro, e fazendo ao mesmo tempo uma reflexão que, quando hoje a recordo, tem esta forma: quem escreve uma coisa deste tamanho tem certamente alguma coisa de interessante para dizer. Por que é que o homem não escreveu isto de modo mais simples para que eu pudesse também perceber?
Todo, ou quase todo, o Júlio Verne.
Jornais, no café e livros, em casa.
O meu escritório.
7. Uma biblioteca importante para si
Há muitos anos a Biblioteca Pública Municipal do Porto.
8. As livrarias que costuma visitar
A Buchholz em Lisboa.
9. Uma editora de que goste particularmente
A Imprensa Nacional.
10. Que livros gostaria de reler?
Estou sempre a reler Eça de Queiroz.
Não tenciono chegar à velhice.
12. Acessórios de leitura que não dispensa
Um lápis.
13. E se um livro não prende, põe-se de lado ou insiste-se?
Desisto.
14. Costuma ler sobre livros? Quais são as suas fontes?
Sim. As fontes são as mais diversas.
15. Uma citação inesquecível que queira dedicar às Senhoras da Nossa Idade
Ler é viver todas as vidas.
Beijinhos a todas,
Céu
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