Queridas Senhoras,
ah! as séries da nossa adolescência, Beverly Hills 90210, a malta mais popular do Liceu, a cena de acharmos que era um mundo à parte, que não era para nós. Quem nunca se sentiu desajeitado, inútil, um trambolho, ao assistir a um episódio de Fame? Fora o grupo dos belos e atléticos, aqueles que são escolhidos em primeiro e nunca em último, quem nunca sentiu a dor fininha da inveja, a amargura de não pertencer, de não encaixar, de não valer?
“Sei que eu e o Lunático não correspondemos às belezas desse calibre, legítimas candidatas à escola de arte da série Fama. Não possuímos corpos apetecíveis, portanto é como se não existíssemos. Ali estão dois enjeitados que não podem mostrar-se sem vergonha, como dois automóveis amolgados, a gorda e o burro, passando os olhos por uma série de televisão com jovens lindos e talentosos que eles não são, com vidas independentes e interessantes que eles não têm e desenrascando-se, pois.”
A Gorda, Isabela Figueiredo, pp. 196 (Editorial Caminho, 2016)
Linda, doce Isabela, a voz de uma geração, que não consigo parar de ler e de amar em cada frase.
Beijinhos a todas,
Céu
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