Queridas Senhoras,
hoje falamos com o autor do Dicionário de Erros Frequentes da Língua (2015, Soregra Editores). Sobre esta obra convém ter presente a crónica que Miguel Esteves Cardoso lhe dedicou em Fevereiro deste ano e cujo título é elucidativo: Leiam já este livro. Manuel Monteiro é formador de Revisão de Textos, revisor, autor e editor. Assina no Público uma crónica sobre problemas da língua.
1. O que está a ler neste momento?
O Tradutor e a Teoria da Tradução de Carlos Castilho Pais, mas, por paradoxal que possa parecer, escrito por António Feliciano de Castilho. Não pelo assunto, mas pelo português de lei.
2. O que leu antes e o que vai ler a seguir?
Meditações Críticas sobre a Língua Portuguesa, de Vasco Botelho de Amaral. O que me apetecer, tenho muitos na mesa-de-cabeceira.
3. Conte-nos uma memória de infância relacionada com livros
Livros de ornitologia. Uma obsessão. Passou.
4. Que livros marcaram a sua adolescência?
Quase todos livros que não sobreviveram como marcantes. E outros que desprezei ou que não penetraram a carapaça e quando relidos mais tarde...
5. Um local público onde goste de ler
Transportes públicos.
6. O seu recanto preferido de leitura (em casa)
Preferencialmente, deitado.
7. Uma biblioteca importante para si
Duas. Biblioteca Municipal de Belém e Palácio Galveias.
8. As livrarias que costuma visitar
Independentes, alfarrabistas, a Livraria Nunes. A que mais visitei: a Lácio, do falecido André, o melhor livreiro que conheci.
9. Uma editora de que goste particularmente
Trabalho com algumas, já trabalhei com tantas; não responderei. Seria interpretado como culambismo (neologismo de Miguel Esteves Cardoso).
10. Que livros gostaria de reler?
Releio os livros cuja linguagem me deslumbra. Sem querer, acabo por decorar muitos passos. Por exemplo, Folhas de Erva, O Grande Gatsby, seguramente mais de vinte vezes.
11. Que livros está a guardar para ler na velhice?
Não tenho planos para a velhice. Quando começa a velhice?
12. Acessórios de leitura que não dispensa
Em os tendo à mão, lápis e marcador.
13. E se um livro não prende, põe-se de lado ou insiste-se?
Ler deve ser um prazer. Mas a idade, as circunstâncias da vida, o ambiente em que estamos, há livros que só podem ser lidos em períodos de ócio. Alguns merecem outra oportunidade. Cardoso Pires disse a Lobo Antunes:«Sei lá o que acho do teu livro, ainda só o li duas vezes.» Mas quando a prosa é má e pastosa, pejada de lugares-comuns, sem gramática e música, tendo a pôr de lado, independentemente do tema.
14. Costuma ler sobre livros? Quais são as suas fontes?
Como sabeis? Harold Bloom, George Steiner, Nabokov, Casanova (português), James Wood, Jorge Luis Borges, Stefan Zweig e uma caterva de outros menos conhecidos. E também cronistas. António Guerreiro, Pedro Mexia e outros.
15. Uma citação inesquecível que queira dedicar às Senhoras da Nossa Idade
«A vida espera/todos aqueles/que amam/o selvagem/odor a mar e a menta/que ela tem entre os seios.»
Pablo Neruda, Ode à Vida
Será para adolescentes? Sendo assim: «Deixa a beleza tocar um erro chamado vida», Cummings.
ESTE AUTOR NÃO SEGUE O ACORDO ORTOGRÁFICO. ESTE LEITOR PROCURA LIVROS QUE NÃO SIGAM O ACORDO ORTOGRÁFICO.
Beijinhos a todas,
Céu
hoje falamos com o autor do Dicionário de Erros Frequentes da Língua (2015, Soregra Editores). Sobre esta obra convém ter presente a crónica que Miguel Esteves Cardoso lhe dedicou em Fevereiro deste ano e cujo título é elucidativo: Leiam já este livro. Manuel Monteiro é formador de Revisão de Textos, revisor, autor e editor. Assina no Público uma crónica sobre problemas da língua.
1. O que está a ler neste momento?
O Tradutor e a Teoria da Tradução de Carlos Castilho Pais, mas, por paradoxal que possa parecer, escrito por António Feliciano de Castilho. Não pelo assunto, mas pelo português de lei.
2. O que leu antes e o que vai ler a seguir?
Meditações Críticas sobre a Língua Portuguesa, de Vasco Botelho de Amaral. O que me apetecer, tenho muitos na mesa-de-cabeceira.
3. Conte-nos uma memória de infância relacionada com livros
Livros de ornitologia. Uma obsessão. Passou.
4. Que livros marcaram a sua adolescência?
Quase todos livros que não sobreviveram como marcantes. E outros que desprezei ou que não penetraram a carapaça e quando relidos mais tarde...
5. Um local público onde goste de ler
Transportes públicos.
6. O seu recanto preferido de leitura (em casa)
Preferencialmente, deitado.
7. Uma biblioteca importante para si
Duas. Biblioteca Municipal de Belém e Palácio Galveias.
8. As livrarias que costuma visitar
Independentes, alfarrabistas, a Livraria Nunes. A que mais visitei: a Lácio, do falecido André, o melhor livreiro que conheci.
9. Uma editora de que goste particularmente
Trabalho com algumas, já trabalhei com tantas; não responderei. Seria interpretado como culambismo (neologismo de Miguel Esteves Cardoso).
10. Que livros gostaria de reler?
Releio os livros cuja linguagem me deslumbra. Sem querer, acabo por decorar muitos passos. Por exemplo, Folhas de Erva, O Grande Gatsby, seguramente mais de vinte vezes.
11. Que livros está a guardar para ler na velhice?
Não tenho planos para a velhice. Quando começa a velhice?
12. Acessórios de leitura que não dispensa
Em os tendo à mão, lápis e marcador.
13. E se um livro não prende, põe-se de lado ou insiste-se?
Ler deve ser um prazer. Mas a idade, as circunstâncias da vida, o ambiente em que estamos, há livros que só podem ser lidos em períodos de ócio. Alguns merecem outra oportunidade. Cardoso Pires disse a Lobo Antunes:«Sei lá o que acho do teu livro, ainda só o li duas vezes.» Mas quando a prosa é má e pastosa, pejada de lugares-comuns, sem gramática e música, tendo a pôr de lado, independentemente do tema.
14. Costuma ler sobre livros? Quais são as suas fontes?
Como sabeis? Harold Bloom, George Steiner, Nabokov, Casanova (português), James Wood, Jorge Luis Borges, Stefan Zweig e uma caterva de outros menos conhecidos. E também cronistas. António Guerreiro, Pedro Mexia e outros.
15. Uma citação inesquecível que queira dedicar às Senhoras da Nossa Idade
«A vida espera/todos aqueles/que amam/o selvagem/odor a mar e a menta/que ela tem entre os seios.»
Pablo Neruda, Ode à Vida
Será para adolescentes? Sendo assim: «Deixa a beleza tocar um erro chamado vida», Cummings.
ESTE AUTOR NÃO SEGUE O ACORDO ORTOGRÁFICO. ESTE LEITOR PROCURA LIVROS QUE NÃO SIGAM O ACORDO ORTOGRÁFICO.
Beijinhos a todas,
Céu
Parabéns parabéns!
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