Queridas Senhoras,
parece-me que há bastante não tempo não damos conta das nossas trocas de livros. E no entanto, eles circulam…
O último livro que a Marta me enviou foi O Pintor de Batalhas do espanhol Arturo Perez-Reverte. Nunca tinha lido nada deste autor. Tenho em casa A Rainha do Sul que comecei a ler mas nunca terminei. Talvez volte a ele agora.
Junto com o livro vinha a nota da Marta: “Envio-te uma obra que está construída de uma forma interessante. É um mergulho nas profundezas da alma humana mas não é assustador, prometo!”
Devo dizer que não entrei facilmente no livro nem foi dos meus preferidos, de entre aqueles que a Marta já me passou. Parecendo que não, já lá vão dois anos desde que demos início à nossa troca literária.
No topo tenho de colocar o Hotel Majestic e O Viajante do Século. E ainda, também, o Imperador de Portugal, recordo agora.
Não há como não reparar nos pontos em comum entre os vários livros da Marta, como o facto de se situarem em povoações costeiras e em espaços mais ou menos fechados, circunscritos. Como Paraíso e Inferno, que ainda não li, sobre o qual a Marta escreveu recentemente dois posts, aqui e aqui.
O Pintor de Batalhas não foge a essa regra. A acção presente tem lugar numa isolada torre de vigia em frente ao mar, onde um ex-fotógrafo de guerra se refugiou para tentar pintar, na própria torre que escolheu como morada (cela?), aquilo que a sua máquina fotográfica, ao longo de 30 anos, nunca conseguiu verdadeiramente captar.
A leitura é densa, cheia de imagens e detalhes, com múltiplas referências a artistas e pinturas que retrataram a guerra ao longo do tempo, o que é feito através de deambulações pelos museus de arte de todo o mundo. Foi num deles que o fotógrafo veio a conhecer a mulher amada que o viria a acompanhar em vários cenários de guerra e catástrofe.
O livro descreve vários episódios destas guerras, que o fotógrafo testemunhou e cristalizou e que lhe valeram uma carreira sólida, vários prémios e a consagração. Mas a que preço? Do passado virá alguém cobrar esse preço.
O final do livro reserva a mais ameaçadora das surpresas. A Marta disse que não era assustador mas eu não garanto….
Beijinhos a todas,
Céu
já eu, sou fã do senhor reverte, comecei precisamente com a rainha do sul e foi de uma assentada... esta semana li um mais fraquinho, o tango dda velha guarda.
ResponderEliminargosto das descriçoes e gosto do ritmo, gosto das historias enroladas.
Nunca li nenhum a não ser este, su, fujo um bocado do 'romance histórico' ou do que me parece aproximar-se disso. Mas tenho cá outro, O Hussardo, que está na fila de espera :)
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