Olá, sou a Luísa e tenho 43 anos

• O melhor e o pior

O melhor é sentir-me feliz e cheia de energia para continuar a fazer o que fazia aos 30. O pior são os quilinhos que agora é mais difícil perder e os cabelos brancos que começaram a bombar depois do nascimento da minha filha, aos 39.

• As surpresas e as desilusões

A minha grande desilusão foi ter percebido que o jornalismo, principalmente no Porto, está a entrar numa queda vertiginosa e assustadora. São despedimentos atrás de despedimentos. E eu também fui afectada. Foi a grande desilusão da minha vida e aconteceu-me aos 41 anos, depois de 20 anos de profissão (sendo que 12 foram de coordenação e direcção). Felizmente só estive três meses no desemprego. E essa foi a grande surpresa: apesar de ainda estar ligada ao jornalismo, descobri que consigo fazer bem outras coisas. E que gosto de fazer outras coisas. Nomeadamente escrever um livro.

• As conquistas e as perdas

A grande conquista é claramente a da maternidade. Foi tão planeada, concebida com tanto amor, que será sempre a melhor coisa que eu e o meu marido já fizemos. O que perdi: muitas horas de sono, saídas à noite, concertos (agora pouquíssimos), viagens. Mas tudo vale a pena por ela. Perdi isto, mas não tenho pena. Ganhei outras coisas e bem melhores.

• O que mudaria, se pudesse, mas não posso; e o que mudaria, se pudesse, e posso

Mudaria o tempo (meteorologia) que esteve durante os cinco meses em que estive de licença de maternidade. Sempre chuva. Todos os dias. Queria passear com ela lá fora e não conseguia. Mas pronto, isso não posso mudar. Também ficaria de baixa um mês antes do parto e teria um ritmo mais calmo durante toda a gravidez. Como tive uma gravidez santa, trabalhei sempre a um ritmo até superior ao habitual porque sentia-me cheia de energia e trabalhei até à última, com viagens de comboio para lx uma semana antes. Acho que fiz mal. O que mudaria, se pudesse, e posso: tenho de praticar mais exercício físico, mas quando tenho uma aberta (para além da aula semanal) só me apetece descansar.

• O meu grau de satisfação com a minha rotina diária, de 0 a 10

Tenho dias... E nem todos são iguais. Quando o meu marido entra na rotina diária com um horário mais normal, o meu grau de satisfação com a rotina diária chega aos 8 ou 9. Quando ele não está, por causa dos horários de trabalho, é tudo muito mais difícil, e não passa dos 6. Às sextas, quando tenho aula de hidroginástica, os avós ajudam, os horários não apertam e a rotina alivia tanto, tanto, que também chego aos 8/9.

• Recados para mim aos 20

Viaja mais, aproveita mais o mundo. Há mais vida para além do jornalismo, miúda.

• Votos para mim aos 50

Saúde, paz, alimenta todos os dias o casamento e muitas viagens. Prefere a mochila às malas.

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Obrigada, Luísa.

Para participar no nosso questionário 'Ter 40', basta enviar as respostas por email. Saibam mais aqui. Até já.

Marta