A minha única amiga que não está no facebook

Queridas Senhoras,

a S. não tem facebook. (Sempre quis escrever um texto com iniciais, tem um ar tão misterioso…). Julgo que é a única das minhas amigas nesta situação. Há muitas pessoas que têm e praticamente não usam, mas estão “no sistema” e podem ser acedidas através dele, convidadas para “eventos”, etc.

A S. não. E por isso dou por mim a ter uma atenção especial com ela, mando emails, telefono, e o melhor de tudo, a gente encontra-se muito, combinamos coisas que fazemos mesmo. A S. não está no facebook mas é óptima a socializar, uma excelente companhia, divertida e sempre a propor bons programas. A S. e o A., o filho dela (uau!, agora tenho um texto duas iniciais), são das melhores pessoas para combinar programas. Descomplicam, estão livres, podem. E aparecem.

Não quero com isto dizer que sou contra manter contactos e amizades via facebook. Nem pouco mais ou menos. Para alimentar e manter uma boa amizade vale tudo. Prefiro mil vezes saber das minhas amigas pelo facebook do que não saber de todo. E gosto de saber todos os dias, gosto de fazer parte do quotidiano delas, gosto mais assim do que quando só nos encontrávamos de seis em seis meses. Mesmo que continue a ser assim. Mas entretanto soube que elas estiveram doentes ou que livros leram.

Conclusão? Sei lá, deve haver milhares de estudos e artigos sobre isto. Talvez a conclusão seja que não faz diferença nenhuma. Não é por não estar no facebook que a S. é excluída, no meu caso é antes pelo contrário, tendo a dar-lhe mais atenção. Mas também não é por os outros amigos estarem e partilharem coisas que nos vamos ver menos porque ao fim ao cabo já “falámos” através da rede. Acho que pode ser um facilitador ou um inibidor, dependendo das circunstâncias e de cada pessoa. Mas penso que é demasiado superficial para ter uma influência de fundo nas amizades reais, que têm uma origem e um fundamento fora da rede.

O que acham as senhoras?

Beijinhos a todas,

Céu